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Dois dias após ser derrotado nas urnas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) rompeu o silêncio em um rápido pronunciamento à imprensa, na tarde desta terça-feira (1º), no Palácio da Alvorada. Assista a íntegra pelo vídeo acima.
O mandatário agradeceu os 58,2 milhões de votos recebidos no segundo turno da disputa pela Presidência da República, mas não fez qualquer menção ao candidato vitorioso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Num momento em que apoiadores paralisam rodovias em diversas partes do país, Bolsonaro também não manifestou explícito reconhecimento do resultado do processo eleitoral (embora tampouco tenha contestado), mas disse que sempre respeitará a Constituição Federal.
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Bolsonaro afirmou que “os atuais movimentos populares são fruto de indignação e do sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”, sem entrar em detalhes. Mas defendeu que os “métodos [adotados pelos manifestantes] não podem ser os da esquerda”.
“Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”, disse.
No discurso que durou 2 minutos, o atual presidente esteve acompanhado do ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), que tem conduzido conversas iniciais sobre a transição com a equipe de Lula, de um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e auxiliares.
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Chamaram atenção as ausências, no púlpito, de figuras como Fábio Faria (Comunicações), Augusto Heleno (GSI), Paulo Guedes (Economia) e Anderson Torres (Justiça).
“A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso”, afirmou.
“Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição”, concluiu sem responder a perguntas.
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Transição
Assim como nenhuma mensagem explícita de reconhecimento do resultado foi dada por Bolsonaro em seu breve pronunciamento, coube ao ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) o papel de falar sobre o processo de passagem de bastão à equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Aos jornalistas, Nogueira disse que Bolsonaro o autorizou a dar início ao processo de transição de governo quando provocado, com base no que estabelece a legislação.
O ministro disse que foi informado pela deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do PT, que a indicação do vice Geraldo Alckmin (PSB) para a coordenação da equipe será formalizado na quinta-feira (3). “Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei do nosso país”, afirmou.
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Leia a íntegra do pronunciamento de Bolsonaro:
“Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro.
Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral.
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As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas. Mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir.
A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade.
Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso.
Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra.
Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição.
Nunca falei em controlar ou censurar a mídia ou as redes sociais.
Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição.
É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira”.