Ao NYT, Bolsonaro descarta apoiar filhos para a Presidência nas eleições de 2026

Bolsonaro afirmou que cogitou decretar estado de sítio após a eleição de Lula, mas voltou atrás após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, negar o pedido do PL para invalidar os votos

Estadão Conteúdo

Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República (Foto: Carla Carniel/Reuters)
Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República (Foto: Carla Carniel/Reuters)

Publicidade

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) descartou, em entrevista ao jornal americano The New York Times, apoiar uma possível candidatura de seus filhos à Presidência da República. 

Bolsonaro afirmou ainda que encamparia candidatura dos filhos políticos nas eleições para o Congresso Nacional.

“Para você ser presidente aqui e fazer o correto, você tem que ter uma certa experiência”, disse.

O ex-chefe do Executivo foi questionado sobre o suposto plano de golpe de Estado revelado pela Polícia Federal (PF) e que mostrou a participação de aliados dele na empreitada de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2022.

Ao jornal, Bolsonaro afirmou que cogitou decretar estado de sítio após a eleição de Lula, mas voltou atrás após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negar o pedido do PL para invalidar os votos. “Esqueça”, “nós perdemos”, disse ao NYT.

Ao ser questionado sobre o suposto plano de execução de Lula, seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e de Moraes, Bolsonaro disse que “por parte dele”, “não houve nenhuma tentativa de executar as três autoridades”.

Continua depois da publicidade

“Quem quer que seja que tenha elaborado este possível plano deve responder”, afirmou

A PF indiciou o ex-presidente e mais 39 pessoas, na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Bolsonaro foi indiciado por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Os três crimes atribuídos pela corporação ao ex-presidente podem resultar em 28 anos de prisão.

O ex-presidente disse ao jornal americano que não está preocupado com o julgamento do caso. Segundo ele, “minha preocupação é quem vai me julgar”.

Continua depois da publicidade

Inelegível até 2030

Além da suposta trama golpista, Bolsonaro comentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o declarou inelegível até 2030. Por 5 votos a 2, a Corte condenou o ex-chefe do Executivo por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em razão da reunião em que atacou as urnas eletrônicas diante de diplomatas, em julho de 2022.

O TSE julgou que Bolsonaro usou indevidamente o cargo e a estrutura administrativa da Presidência da República para fazer campanha na reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio do Alvorada.

Bolsonaro caracterizou a decisão como uma “violação à democracia” e que busca caminhos jurídicos para ser candidato nas próximas eleições.

Continua depois da publicidade

A Corte Eleitoral também condenou Bolsonaro à inelegibilidade em três ações que atribuíram ao ex-presidente abuso de poder político, abuso de poder econômico e conduta vedada nas comemorações do dia 7 de setembro de 2022.