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A mais recente troca no comando do Ministério da Educação, com a saída de Milton Ribeiro, gera uma instabilidade que “não é boa para ninguém”, na avaliação de Marcelo Bueno, CEO da Ânima Educação (ANIM3). O executivo disse que o setor quer “continuidade” para que possa “debater uma agenda política”.
“Sempre tivemos uma postura junto ao Ministério da Educação contributiva, de discussão pró-educação em função da qualidade. A gente acha que no final do dia a qualidade vai sempre prevalecer”, disse o executivo, em live do InfoMoney.
“Infelizmente temos vivido essa instabilidade, essas mudanças de liderança lá no Ministério. Acho que mudanças assim não são boas para ninguém, o que a gente quer é que as coisas tenham continuidade, que os investimentos sejam feitos e que a gente possa ter condições de debater uma agenda política no Brasil”, completou.
A live faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, em que o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Eles falam sobre o balanço do quarto trimestre de 2021 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.
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A Ânima anunciou em maio do ano passado a integração dos ativos brasileiros da Laureate, que era proprietária de marcas como a Universidade Anhembi Morumbi e a Business School, em São Paulo, e outras universidades nas regiões Nordeste e Sul do país.
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Com isso, a base de alunos cresceu mais de 190% em 2021, em relação a 2020, o que está em linha com as expectativas que o grupo havia planejado para o ano, especialmente para aumentar seu market share no ensino digital.
“Há cinco anos, fizemos uma escolha pela educação híbrida, porque achamos que temos que encarar o estudante como alguém que nunca mais vai parar de estudar”, disse o CEO, para quem “o modelo híbrido veio para ficar e a tecnologia não fará os cursos perderem qualidade”.
A Ânima possuía pouca expressividade no mercado de educação digital de ensino por conta de incertezas sobre um modelo de negócio de sucesso nesse segmento, com foco na qualidade, mas a aquisição dos ativos da Laureate possibilitou o fortalecimento dessa participação.
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Na opinião do diretor financeiro (CFO) da Ânima, André Tavares, a aquisição da Laureate permitiu que a empresa não precisasse começar sua atuação de fases iniciais, “em que se diluía a margem para chegar a num número mínimo de alunos”.
Com a operação, a Ânima já recebeu a operação com aproximadamente 60 mil alunos, tendo superado o breakeven, ou seja, o ponto em que custos operacionais se equiparam à receita. “A Laureate nos trouxe uma nova avenida de crescimento, que é o EAD”.
Endividamento
Entretanto, a mesma aquisição fez com que a Ânima precisasse colocar em foco seu nível de endividamento, que encerrou 2021 na casa dos R$ 3,3 milhões. Como estratégias de desalavancagem, a empresa vendeu a FMU (que também fazia parte da Laureate) e a operação de escolas internacionais em Santa Catarina.
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Outra iniciativa para reduzir a alavancagem é o aporte de R$ 1 bilhão da DNA Capital, gestora de private equity e venture capital, na Inspirali, braço de medicina da Ânima. “Sem dúvida devemos fazer movimentos de desalavancagem da mesma forma que fizemos em 2021”, garantiu o CFO.
Os executivos falaram ainda sobre as perspectivas de crescimento da sua vertical de escolas médicas, por ser um setor com foco prioritariamente em uma parcela da população com maior poder aquisitivo, e comentaram se a empresa está de olho em realizar novas aquisições em 2022. Assista à live completa acima, ou clique aqui.
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