Investigado por conivência a atos golpistas, Anderson Torres é preso pela Polícia Federal

Ex-secretário do DF é acusado de omissão durante vandalismo contra a sede dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8)

Equipe InfoMoney

O ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro e e ex-secretário de segurança do DF, Anderson Torres (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
O ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro e e ex-secretário de segurança do DF, Anderson Torres (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

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Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, foi preso na manhã deste sábado (14) pela Polícia Federal, cumprindo decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. 

O avião com Torres embarcou na noite de sexta-feira (13), por volta das 23h30, em Miami, nos Estados Unidos, e chegou a Brasília às 7h25 deste sábado, de acordo com a Agência Brasil. Um forte esquema de segurança, envolvendo mais de um comboio foi montado na saída do aeroporto.

Torres passou por audiência de custódia no começo desta tarde, determinou Moraes. A audiência estava marcada para 12h30, no 4º Batalhão da Polícia Militar (BPM) do Distrito Federal, no Guará, cidade a cerca de 10 quilômetros de Brasília para onde Torres foi levado.

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Acusações

Torres é acusado pela Advocacia-Geral da União (AGU) de conivência e omissão nos atos de vandalismo contra os edifícios-sede dos Três Poderes no último domingo (8). Além do ex-secretário, também foi preso ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal Fábio Augusto Vieira.

O ex-ministro teve a prisão determinada na última terça-feira (10) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a pedido da PF. Na quarta-feira (11), a corte validou a decisão, por 9 votos a 2.

Ex-ministro do governo Bolsonaro, Anderson Torres estava em Orlando, nos Estados Unidos – mesma cidade que seu aliado Jair Bolsonaro, quando ocorreram os ataques. No dia dos atos, Torres era secretário de Segurança Pública do DF e sua atuação no caso foi questionada por autoridades. 

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Além da prisão preventiva executada neste sábado, Anderson Torres é alvo de inquérito no STF, juntamente com o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), omissão nos atos que levaram à invasão. 

A avaliação é que houve conivência e omissão por parte do governo local e das forças policiais. Vídeos que circulam nas redes sociais mostraram agentes escoltando os vândalos e cruzando os braços para as ações de depredação do patrimônio público.

Documento para mudar resultado da eleição

A Polícia Federal encontrou na residência de Anderson Torres, na última terça-feira (10), uma minuta de decreto para o então presidente Jair Bolsonaro (PL) instaurar estado de defesa na sede do TSE, para reverter o resultado da eleição após vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O documento estava em um armário e foi apreendido durante busca e apreensão.

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Aliado de primeira hora do ex-presidente, Torres foi exonerado do cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no domingo, após os atos golpistas em Brasília. Pelo Twitter, ele disse que o documento divulgado nesta quinta foi vazado fora de contexto.

“Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP [Ministério da Justiça e Segurança Pública]. O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá”, disse em postagem na rede social.

“Respeito a democracia brasileira. Tenho minha consciência tranquila quanto à minha atuação como Ministro”, completou Torres.

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