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Apontado como principal desafio da equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2024, o objetivo de zerar o déficit primário ainda é alvo de ceticismo entre analistas políticos − mesmo após sua manutenção na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
É o que mostra a 52ª edição do Barômetro do Poder, levantamento feito mensalmente pelo InfoMoney com consultorias e analistas independentes sobre alguns dos principais temas em discussão na política nacional.
O estudo, realizado entre os dias 17 e 22 de janeiro, mostra que, para 82% dos entrevistados, são baixas as chances de o país chegar ao final do ano com o prometido equilíbrio fiscal − ou seja, despesas e receitas no mesmo patamar de execução. Outros 18% acreditam ser moderada tal possibilidade.
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Considerando uma escala de 1 (muito baixa) a 5 (muito alta), a probabilidade média atribuída pelos especialistas para o cumprimento do objetivo, estabelecido na LDO aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional, ficou em 1,91.
Já em relação à possibilidade de a meta fiscal ser alterada durante a execução orçamentária deste ano, 73% veem como alta. Outros 27%, baixa. Na mesma escala de 1 a 5, a média das respostas, neste caso, foi de 3,82.
Embora a meta de déficit zero esteja prevista nas peças orçamentárias de 2024, o governo federal dispõe de instrumentos para alterá-la durante a própria execução. Para isso, é necessário o envio de um projeto de lei ao Congresso Nacional (PLN) solicitando a mudança. O texto precisa do aval dos parlamentares para passar a valer.
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Caso a meta seja modificada, a maioria dos analistas políticos (80%) aposta em um déficit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) – o que, pelas regras do novo marco fiscal, permitiria um desequilíbrio de até 0,75% do PIB sem que o governo fosse obrigado a acionar gatilhos fiscais a partir de 2025. Outros 20% apostam em uma nova meta com déficit de 0,25% do PIB.
A desconfiança dos analistas políticos com a capacidade de o governo federal entregar um déficit zero em 2024 converge com posição majoritária do mercado financeiro, que espera um desequilíbrio ainda maior para o ano. Segundo a última edição do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central na semana passada, a mediana das expectativas dos economistas consultados para o resultado primário do país é de 0,8% do PIB em 2024. As apostas em desequilíbrio das contas persistem para os três anos subsequentes.
Por outro lado, poucos (20%) analistas políticos consultados pelo Barômetro do Poder acreditam serem altas as chances de a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ou o próprio arcabouço fiscal sofrerem modificações em 2024. Para 60% dos entrevistados, a probabilidade de isso acontecer é baixa, enquanto outros 20% atribuem risco moderado.
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Esta edição do Barômetro do Poder ouviu 7 consultorias políticas – Ágora Assuntos Políticos; Control Risks; Eurasia Group; Medley Global Advisors; Prospectiva Consultoria; Tendências Consultoria Integrada; e Warren Rena – e 4 analistas independentes – Antonio Lavareda (Ipespe); Carlos Melo (Insper); Rogério Schmitt (Espaço Democrático) e Thomas Traumann (Traumann Consultoria).
Conforme combinado previamente com os participantes, os resultados são divulgados apenas de forma agregada, sendo mantido o anonimato das respostas.
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