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O avião da Presidência da República que sofreu uma pane pouco depois de decolar da Cidade do México — e teve de voltar ao país – voltou a entrar na mira de integrantes do governo e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e reacendeu as discussões no Palácio do Planalto sobre a necessidade de uma eventual substituição.
Na terça-feira (1º), a aeronave presidencial VC-1, que levaria Lula de volta ao Brasil após uma viagem oficial de três dias ao México, apresentou problemas no motor que assustaram a tripulação. O piloto do avião chegou a declarar situação de emergência a bordo.
Como é o “Aerolula”
O avião presidencial utilizado por Lula foi produzido na Alemanha e tem autonomia para voar cerca de 11 mil quilômetros. A aeronave é um Airbus A319CJ e foi montada na cidade de Hamburgo (ALE).
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O “Aerolula”, como é chamado nos bastidores do Planalto, é avaliado em R$ 500 milhões e comporta até 45 passageiros. O avião pesa, aproximadamente, 50 toneladas e, de acordo com o fabricante, pode alcançar uma velocidade de 828 quilômetros por hora (km/h).
Na parte interna da aeronave, fica a suíte presidencial, perto do gabinete de despachos (localizado nas proximidade das asas).
A cama fica acoplada a uma das laterais do avião. Também há uma mesa para refeições e duas poltronas de couro reclináveis, além de uma TV.
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Tecnologia de defesa da FAB
O “Aerolula” conta com instrumentos tecnológicos de defesa da Força Aérea Brasileira (FAB) para impedir o rastreamento ou a escuta de sua comunicação interna. O avião também pode emitir sinais cujo objetivo é confundir potenciais agressores.
O VC-1 possui, ainda, um sistema de comunicação que se conecta diretamente ao Palácio do Planalto, com telefones e computadores.
Um avião “veterano”
O modelo do “Aerolula” é usado pelo governo brasileiro desde 2005, ainda no primeiro mandato do presidente da República.
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A aeronave foi escolhida em 2003 – primeiro ano do primeiro mandato de Lula –, quatro anos depois de um incidente durante viagem do então vice-presidente da República, Marco Maciel, à China (no governo FHC).
Na ocasião, o Planalto decidiu trocar os antigos aviões Boeing 707 e optou pelo fretamento de aeronaves. Em 2003, já sob Lula, alegando que os custos desses fretamentos eram elevados, o governo federal escolheu uma aeronave considerada, à época, mais moderna, segura e econômica.
É hora de trocar?
Os problemas técnicos detectados no “Aerolula” podem ser a “gota d’água” para uma eventual troca da aeronave presidencial – tema que há muito está na pauta de Lula e do Ministério da Defesa.
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O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, teve até de interromper suas férias por causa da crise gerada pela pane do “Aerolula” na volta do México, além do planejamento da operação para repatriar os brasileiros que vivem no Líbano. Múcio deve ter uma conversa com Lula sobre o assunto, na quinta-feira (3).
Segundo informações do jornalista Lauro Jardim, colunista de O Globo, Lula teria demonstrado irritação durante o voo por se sentir “ilhado no ar”.
No momento de maior tensão, o presidente teria dito que já havia passado da hora de comprar novas aeronaves. Para que seja efetivada, a aquisição precisa ser autorizada pelo Congresso Nacional.
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No ano passado, Lula já havia manifestado à FAB sua intenção de trocar o avião presidencial por um modelo com maior autonomia de voo e que não precisasse fazer muitas escalas para abastecer.
O presidente também gostaria que o avião oficial do governo tivesse mais espaço para convidados. Lula costuma viajar acompanhado por assessores próximos, ministros de Estado e, ocasionalmente, por autoridades como deputados e senadores.
A FAB se debruça sobre duas alternativas: a adaptação de uma das aeronaves Airbus A330-200 adquiridas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ou a compra de um novo avião.
Em 2023, seu primeiro ano de governo no terceiro mandato, Lula fez 15 viagens internacionais. O atual “Aerolula” tem 18 anos de uso e já se aproxima da metade de seu “ciclo de vida”.
Veja fotos do avião da Presidência da República: