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A escolha do ministro Paulo Pimenta (PT-RS) para assumir a Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) há 10 dias, parece ter reacendido a velha rivalidade entre PT e PSDB – partidos que disputaram o poder no país por 20 anos, entre 1994 e 2014.
O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) voltou a criticar a indicação de Pimenta e disse que o governo Lula está mais preocupado em dar cargos para petistas derrotados em eleições recentes do que em resolver, efetivamente, os graves problemas enfrentados pela população gaúcha.
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“As nomeações para o ministério do senhor Paulo Pimenta deixam claro que a prioridade do governo do PT não é o resgate das vítimas das enchentes, mas, sim, o resgate dos petistas derrotados nas eleições”, afirmou Aécio, em entrevista à Folha de S.Paulo.
O tucano faz referência à indicação de três políticos do PT para ocuparem cargos na nova secretaria criada por Lula: o ex-prefeito de Taquari Maneco Hassen (chefe de gabinete), o ex-presidente da Câmara dos Deputados Marco Maia (responsável pela interlocução com as bancadas federal e estadual) e o ex-deputado federal Ronaldo Zulke (que tratará das linhas de crédito para os empresários).
Aécio, uma das principais lideranças do PSDB, já havia classificado a escolha de Pimenta como uma “excrescência”. Segundo o tucano – que foi candidato à Presidência da República em 2014, derrotado no segundo turno por Dilma Rousseff (PT) –, Lula deveria ter consultado o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), antes de escolher Pimenta para o cargo.
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Pano de fundo é disputa política
De acordo com Aécio, a escolha de Pimenta, que tem pretensões de disputar o governo do Rio Grande do Sul em 2026, “é um exemplo de que o presidente está mais preocupado com a politização do que com a efetividade das ações.”
Paulo Pimenta é cotado como provável candidato do PT à sucessão de Leite no governo do Rio Grande do Sul, em 2026. Por já estar em seu segundo mandato consecutivo como governador, o tucano não poderá concorrer ao Palácio Piratini no próximo pleito.
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Tradicionalmente competitivo na capital Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, o PT perdeu força nos últimos anos e não governa o estado desde 2015, quando Tarso Genro deixou o Palácio Piratini após 4 anos de gestão. Antes disso, o partido elegeu Olívio Dutra, em 1998 (ele governou entre 1999 e 2003).
Desde que Tarso deixou o cargo, o Rio Grande do Sul foi governado por José Ivo Sartori (PMDB), de 2015 a 2019; e Eduardo Leite (PSDB), por 2 vezes, de 2019 a 2022 e desde janeiro de 2023.