Acordo com UE prevê zero tarifa e cotas para produtos do agro do Brasil, diz Fávaro

"Há 25 anos, nós buscávamos esse acordo, que é muito importante para a nossa agropecuária. Esse acordo prevê mais liberdade comercial", afirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro

Equipe InfoMoney

Carlos Fávaro, ministro da Agricultura (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

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O acordo formalizado nesta sexta-feira (6) entre União Europeia (UE) e Mercosul prevê tarifas zero para alguns produtos agropecuários brasileiros e cotas que permitem exportações em melhores condições para outros. 

A afirmação é do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), em uma gravação enviada pela pasta à imprensa.

“Há 25 anos, nós buscávamos esse acordo, que é muito importante para a nossa agropecuária. Esse acordo prevê mais liberdade comercial”, afirmou Fávaro. 

O ministro disse que o acordo prevê “zero tarifa” para frutas, café e outros produtos agropecuários brasileiros. Além disso, citou cotas “importantes” para açúcar, carne de frango, carne bovina e etanol.

“Nós vamos mostrar a nossa competência em poder acessar esse mercado tão importante que é a União Europeia…”, afirmou o ministro, lembrando que a implementação do acordo está prevista para os próximos meses. “E aí [vamos] aproveitar as oportunidades econômicas.”

Proteína animal

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa produtores de carne de frango e suína, também celebrou o anúncio feito em Montevidéu (Uruguai).

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Segundo a ABPA, o acordo prevê uma nova cota para exportações de carne de frango no total de 180 mil toneladas equivalente-carcaça (50% com osso e 50% de carne desossada) com tarifa zero para embarque à UE, que será compartilhada pelos países-membros do Mercosul.

A cota deverá ser atingida ao longo de seis anos (exemplo: 30 mil toneladas no primeiro ano, 60 mil toneladas no segundo, até alcançar o total de 180 mil toneladas), explicou a ABPA. Após esse período, a cota será de 180 mil toneladas anuais, disse a entidade.

Também há cota para carne suína, no total de 25 mil toneladas (seguindo a mesma sistemática gradativa determinada para a carne de frango, ao longo de seis anos) com tarifa de 83 euros por tonelada.

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Para o presidente da ABPA, Ricardo Santin, o acordo deve fortalecer ainda mais a relação entre os exportadores dos países do Mercosul e consumidores europeus.

“A consolidação do acordo abre novas oportunidades de embarques para o mercado europeu, em condições mais vantajosas do que as cotas atualmente existentes para embarques de produtos brasileiros à UE”, avaliou. 

As cotas atuais serão mantidas, e as novas, estabelecidas pelo acordo, deverão ser ocupadas, em especial, pelas exportações de produtos brasileiros, segundo a ABPA. O Brasil é o maior exportador global de carne de frango e o quarto em carne suína.

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(Com Reuters)