“Achei que era uma coisa muito mais grave”, diz Lula sobre acidente doméstico

"Foi uma batida muito forte, saiu muito sangue, eu achei que tinha rachado o cérebro, rachado o casco", afirmou o presidente da República sobre a queda sofrida no banheiro do Palácio da Alvorada, no mês passado

Fábio Matos

Presidente Lula com os pontos na nuca devido ao acidente doméstico (Foto: Ton Molina/Foto Arena/Estadão Conteúdo)
Presidente Lula com os pontos na nuca devido ao acidente doméstico (Foto: Ton Molina/Foto Arena/Estadão Conteúdo)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu, em entrevista na última quarta-feira (6), que se assustou com o acidente doméstico sofrido no dia 19 de outubro, no Palácio da Alvorada, e imaginou que o episódio teria complicações muito mais graves. 

Em entrevista à RedeTV!, cuja íntegra deve ir ao ar no próximo domingo (10), Lula detalhou como aconteceu o acidente. Ele caiu no banheiro do Alvorada e bateu a cabeça – o presidente tem feito uma série de exames para monitorar o ferimento, além de tomar medicação.  

Lula teve de ser internado às pressas, precisou levar pontos no local da batida e sofreu uma pequena hemorragia no cérebro. 

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“Eu caí de onde eu nunca deveria ter caído. Veja, eu cheguei às 16h30 no sábado, em casa, vindo de São Paulo e sentei para cortar a minha unha. Cortei minha unha, lixei minha unha, sentado em um banquinho que eu sempre sentei. E, atrás do banco em que estava sentado, tem o espelho, as gavetas onde guardam as coisas e uma hidromassagem, grande, de 1,5m de altura. Eu estava sentado”, relatou o presidente da República. 

“Quando eu fui guardar o estojo, ao invés de mexer com o banco, eu mexi só com o corpo. O dado concreto é o seguinte: não teve mais espaço e aí a minha bunda não levitou. Então, eu caí e bati com a cabeça. Foi uma batida muito forte, saiu muito sangue, eu achei que tinha rachado o cérebro, rachado o casco”, prosseguiu Lula. 

O presidente conta que foi levado diretamente para a unidade de Brasília (DF) do Hospital Sírio-Libanês. Naquele momento, disse Lula, a percepção era a de que havia sido um acidente com consequências mais graves. 

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“Eu achei que era uma coisa muito mais grave. A batida mexeu com o cérebro e estou fazendo ressonância magnética a cada três dias. Agora vou fazer uma no domingo para ver se estou 100% curado”, afirmou. 

O presidente relatou, ainda, que vem “tomando muitos remédios para prevenção”. 

“Eu vou me cuidar até que os médicos digam: ‘você está apto outra vez’. Porque a batida na cabeça é sempre uma coisa muito delicada. Os médicos me dizem que é preciso [esperar] uns 15 dias, 20 dias, até 30 dias para saber os efeitos efetivamente que o tombo causou”, disse Lula. “Eu estou bem, estou trabalhando normalmente. Só posso dizer que a batida foi muito forte.”

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O acidente no banheiro do Alvorada fez Lula cancelar uma série de compromissos internacionais que estavam marcados. O presidente não viajou para Kazan, na Rússia, onde participaria da reunião de cúpula dos Brics. Ele também cancelou viagens para a Colômbia e o Azerbaijão.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”