8/1: Moraes diz que golpistas queriam ficar no Congresso até GLO e tinham planos de matá-lo

Em entrevista ao jornal O Globo, ministro criticou postura da Polícia Militar do DF

Equipe InfoMoney

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadem Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto, em 8 de janeiro de 2022, em Brasília (Foto: Agência Brasil)
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadem Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto, em 8 de janeiro de 2022, em Brasília (Foto: Agência Brasil)

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta quinta-feira (4), que durante a investigação sobre os atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro foram descobertos planos dos vândalos contra ele, que envolviam até seu assassinato. Na segunda-feira (8), os atos completam um ano.

“Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio. E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”, disse.

Ao jornal, o ministro contou que não estava no Brasil no dia 8/1, e ficou sabendo das invasões aos prédios públicos ao ver imagens de pessoas invadindo o prédio do Congresso Nacional. Moraes criticou a postura da Polícia Militar do Distrito Federal, e disse que houve inação da corporação, que não conseguiu conter os manifestantes. O magistrado argumentou que as prisões do então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, e do comandante geral da PM, Fábio Augusto Vieira, para evitar efeito dominó em outros estados.

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Na entrevista, Moraes também afirmou que a permanência dos manifestantes no acampamento em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, foi um erro das autoridades. Segundo ele, o Supremo Tribunal Federal recebeu mais de 1,2 mil denúncias contra quem estava acampado no local e pedia golpe militar, tortura e perseguição de adversários políticos.

“Se tivéssemos deixado mais pessoas em frente a quartéis (no dia seguinte), poderia gerar mais violência, com mortes e distúrbios civis no país todo. Se não houvesse a demonstração clara e inequívoca de que o Supremo Tribunal Federal não iria admitir nenhum tipo de golpe, afastaria qualquer governador que aderisse e prenderia os comandantes de eventuais forças públicas que aderissem, poderíamos ter um efeito dominó que geraria caos no país”, disse.

De acordo com as evidências levantadas pelas investigações, a ordem dos financiadores era de que os invasores deveriam permanecer no Congresso até que houvesse a decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem para quem o Exército fosse retirá-los.

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“Não que o Exército fosse aderir, pois em nenhum momento a instituição flertou (com a ideia). Em que pese alguns dos seus integrantes terem atuado, e todos eles estão sendo investigados”, ponderou Moraes.

Moraes também criticou a instrumentalização das redes sociais e disse que a Suprema Corte terá como prioridade a regulamentação das plataformas no primeiro semestre de 2024. Questionado sobre a responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos atos, ao fazer uma série de ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas, o ministro reafirmou que todas as pessoas sobre as quais houver indícios de participação nas invasões dos prédios públicos na capital, serão investigadas, independentemente de quem seja.

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