Nome completo: | Simone Nassar Tebet |
Data de nascimento: | 22 de fevereiro de 1970 |
Local de nascimento: | Três Lagoas (MS) |
Formação: | Direito na UFRJ |
Ocupação: | Senadora da República |
Partido: | MDB |
Estado civil: | Casada, duas filhas |
Patrimônio declarado: | R$ 1,57 milhão* |
Quem é Simone Tebet
Simone Nassar Tebet nasceu no dia 22 de fevereiro de 1970, em Três Lagoas, no então estado de Mato Grosso, hoje Mato Grosso do Sul. De uma família de origem libanesa, a senadora é a primogênita dos quatro filhos do casal Ramez Tebet e Fairte Nassar Tebet.
O pai foi prefeito de Três Lagoas, deputado estadual, vice-governador e governador de MS, senador, ministro da Integração Nacional e presidente do Senado, sempre pelo MDB. Ramez era senador quando morreu, em 2006.
O político ocupava a presidência do Conselho de Ética do Senado, em 2001, quando o órgão analisou processo de quebra de decoro contra o então senador Antônio Carlos Magalhães no caso da quebra de sigilo do painel eletrônico de votações da Casa. ACM acabou renunciando para não ser cassado, mas caiu atirando. Apelidou Ramez, que era advogado, de “rábula do Pantanal”.
Ela foi candidata à Presidência da República pelo MDB em 2022 e é senadora pelo Mato Grosso do Sul. Antes, foi deputada estadual, duas vezes prefeita de Três Lagoas (MS), sua cidade natal, e vice-governadora do estado. No final de 2022, foi confirmada como ministra do Planejamento do governo de Luiz Inácio Lula da Silva – contra quem disputou a presidência no mesmo ano.
Formação acadêmica
Simone estudou Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se formou em 1992, e fez mestrado em Direito do Estado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), concluído em 1998.
Deu aulas de Direito Público e Administrativo em diferentes instituições ao longo de 12 anos. Trabalhou como consultora jurídica na Assembleia Legislativa de MS, onde ocupou também o cargo de diretora técnica legislativa.
Mandatos
Foi eleita deputada estadual pelo PMDB em 2002. Em 2004, elegeu-se prefeita de Três Lagoas, tendo sido reeleita em 2008. Em 2010, formou chapa com André Puccinelli (MDB) e tornou-se vice-governadora de MS. Na gestão estadual, ocupou a Secretaria de Governo.
Em 2014, venceu a corrida para o Senado, tornando-se a primeira mulher a ocupar tal vaga pelo estado. Em 2019, ela tentou ser a indicada de seu partido para disputar a presidência do Senado, mas foi derrotada por Renan Calheiros (MDB-AL), que acabou perdendo a eleição para Davi Alcolumbre (União-AP).
Mandato | Início | Fim |
Deputada Estadual – MS | 2003 | 2004 |
Prefeita – MS | 2005 | 2008 |
Prefeita – MS | 2009 | 2010 |
Vice-governadora – MS | 2011 | 2011 |
Senadora – MS | 2015 | 2023 |
Tebet é casada com o deputado estadual Eduardo Rocha (MDB-MS), atualmente secretário de Governo e Gestão Estratégica do estado. Ela tem duas filhas: Maria Eduarda e Maria Fernanda.
Em 2014, quando foi eleita senadora, ela declarou ter um patrimônio de R$ 1,57 milhão, segundo a Justiça Eleitoral.
CPI da Covid
A senadora lançou sua pré-candidatura depois da atuação de destaque na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado, em 2021. Foi ela, por exemplo, que conseguiu fazer com o que o deputado Luis Miranda (Republicanos-DF, então no DEM, atual União Brasil) citasse o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), como responsável citado por Bolsonaro por suposta irregularidade na aquisição da vacina indiana Covaxin.
A senadora foi também defensora ativa de parlamentares mulheres na CPI e em comissões do Congresso de forma geral. Ao questionar o ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Wagner Rosário, sobre suposta omissão na fiscalização da compra da Covaxin, foi chamada de “descontrolada” pelo depoente. O episódio rendeu acusações de machismo ao ministro.
Tebet estava muito bem informada sobre a atuação da CGU no caso e ao longo da CPI demonstrou ter estudado a fundo os temas dos depoimentos. “A CGU está fazendo o processo de advogado de defesa. E ela foi criada para ser um órgão de fiscalização. Agora temos um CGU que passa pano e deixa as coisas acontecerem. Fico imaginando se esse inquérito vai apurar quem foi omisso de fato”, afirmou a senadora. Esta foi a declaração gerou o comentário desrespeitoso do ministro.
“As pessoas ainda se recusam a acreditar que a mulher sofre misoginia, que a mulher que ousa sair para o mercado de trabalho, vai para um ambiente público, não só na política mas no dia a dia, ela recebe toda sorte de discriminação” afirmou Tebet ao site Brasil de Fato. A senadora foi a primeira líder da Bancada Feminina do Senado, criada em março de 2021.
Ela expôs ainda erros grosseiros em documento apresentado pelo então secretario-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, hoje assessor especial da Casa Civil da Presidência, e o ex-ministro Onyx Lorenzoni, à época à frente da Secretaria-Geral da Presidência. A dupla havia divulgado o documento na tentativa de rebater suspeitas de irregularidades na compra da Covaxin.
Ao final da CPI que apurou ações e omissões do governo na pandemia, Tebet declarou que a comissão havia reunido elementos suficientes para um pedido de impeachment contra Bolsonaro.
No entanto, pouco tempo antes, no início de 2021, ela prometia “harmonia” entre o Senado e a Presidência da República, e dizia que não havia clima político para um processo de impeachment contra Bolsonaro, apesar do atraso no início da vacinação contra a covid-19.
A senadora deu estas declarações antes de concorrer à presidência do Senado, em fevereiro de 2021, em eleição vencida por Rodrigo Pacheco (PSD-MG, então no DEM). Ela foi a primeira mulher a disputar o cargo.
Terras indígenas
A senadora se confessa ligada ao agronegócio e afirma que os estados do Centro-Oeste estão sofrendo com a falta de chuvas por causa do desmatamento. Mas no que diz respeito a questões indígenas, em 2015 ela defendeu proposta de emenda constitucional que prevê indenização a proprietários de terras que forem consideradas indígenas. A PEC foi aprovada no Senado e tramita na Câmara.
Tebet é autora também de projeto de lei que suspende de dois a quatro anos o processo de demarcação de terra como indígena se o imóvel tiver sido ocupado e sobre ele não houver estudo antropológico de identificação. Ou seja, se indígenas ocuparem área “particular” que reivindicam, eventual processo de demarcação pode ser suspenso ou sequer iniciado. A proposição foi apresentada em 2015 e retirada pela própria parlamentar em 2018.
A iniciativa arquivada lembra medida do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que suspendia por dois anos a vistoria de terras para fins de reforma agrária, caso a área fosse ocupada por militantes sem terra.
Segundo a CNN, as propostas em análise pela equipe da senadora incluem a recriação do Ministério do Planejamento e o retorno do Programa Nacional de Desestatização à esfera do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Landau foi diretora de Desestatização do BNDES no governo FHC. Outra iniciativa é a extinção do “Orçamento Secreto”, hoje sob comando de políticos do chamado Centrão em troca de apoio a Bolsonaro.