Nome completo: | Lawrence Henry Summers |
Data de nascimento: | 30 de novembro de 1954 |
Local de nascimento: | New Haven, Connecticut, Estados Unidos |
Formação: | Doutor em Economia |
Cargos de destaque: | Secretário do Tesouro americano, de 1999 a 2001, e diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, de 2008 a 2010 |
Quem é Larry Summers?
O norte-americano Larry Summers é economista com doutorado pela Universidade de Harvard, da qual foi reitor por cinco anos e, atualmente, é presidente emérito.
Nas duas últimas décadas, ocupou cargos públicos relevantes, sendo economista-chefe do Banco Mundial, subsecretário de Assuntos Internacionais, vice-secretário e, posteriormente, secretário do Tesouro dos Estados Unidos – nomeado pelo então presidente Bill Clinton.
Integrou também a diretoria do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, na administração de Barack Obama.
Apontado como um dos pensadores mais influentes do mundo por publicações especializadas, Summers sucedeu a Robert Rubin na secretaria do Tesouro americano em julho de 1999, na qual permaneceu até 2001. A página oficial do órgão destaca que sua gestão coincide com o período mais longo de crescimento econômico sustentável da história dos EUA.
Entre os fatos marcantes do seu mandato estão a decisão do governo americano de recomprar títulos de dívida pública, pela primeira vez desde os anos 1920, e a ampliação de fundos de segurança social e “Medicare”, programa de seguro saúde para pessoas com 65 anos ou mais.
“Summers se empenhou em modernizar o sistema financeiro, ampliar as políticas de privacidade, por meio de assinaturas digitais, e assegurar a viabilidade do mercado de balcão na seção de derivativos”, diz o texto disponível no site do Tesouro dos EUA.
Ele é descrito ainda como peça-chave na expressiva redução de dívidas de países mais pobres e na ampliação de fundos para serviços primários de saúde e educação em diversas nações.
Em sua página pessoal na internet, a biografia afirma que Summers foi o único secretário do Tesouro no último meio século a ter deixado o cargo com o orçamento nacional superavitário.
Cita também que a revista britânica The Economist reconheceu sua influência quando definiu a chamada “Doutrina Summers”, uma abordagem à política econômica durante crises financeiras que funde uma mentalidade microeconômica de “laissez-faire” (“deixe fazer”, expressão francesa considerada um símbolo da economia liberal) com o ativismo macroeconômico. “Os mercados devem alocar capital, trabalho e ideias sem interferência, mas, por vezes, ficam desordenados e devem ser reequilibrados vigorosamente pelo governo.”
Recentemente, Summers ganhou destaque na mídia internacional ao fazer alertas sobre o risco de recessão na maior economia do planeta.
Economia desde o berço: uma família de Prêmios Nobel
Lawrence H. Summers nasceu em New Haven, Connecticut, em 30 de novembro de 1954.
Um pequeno desenho de sua árvore genealógica dá a dimensão do que a economia e a carreira acadêmica representam na sua família.
Seus pais, Anita A. Summers e Robert Summers, lecionaram na Universidade da Pensilvânia, na qual ambos ocuparam o posto de professores eméritos – a mãe em economia empresarial e gestão de políticas públicas e o pai, em economia.
Em 1970, Summers viu seu tio Paul A. Samuelson (irmão de Robert) ser o primeiro americano a vencer o Prêmio Nobel de Economia. Dois anos depois, outro tio, Kenneth J. Arrow (irmão de Anita), conquistava a mesma distinção, juntamente com o britânico John R. Hicks.
Em 1975, Larry Summers concluiu o bacharelado em ciências pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology). Não tardou para, em 1982, obter a distinção de Ph.D. em economia por Harvard – universidade da qual, no ano seguinte, se tornaria membro titular do corpo docente, com apenas 28 anos, um dos mais jovens da história.
Em 1987, foi o primeiro cientista social a receber o prêmio Alan T. Waterman, concedido anualmente pela National Science Foundation (NSF), e, em 1993, conquistou a medalha John Bates Clark, atribuída a cada dois anos a um economista americano de destaque com menos de 40 anos.
Ele faz parte da Academia Nacional de Ciências, para a qual foi eleito em 2002.
Larga experiência com turbulências econômicas
Summers ingressou no serviço público no início dos anos 1990, tendo desempenhado papel de destaque nas respostas dos Estados Unidos às crises financeiras internacionais que surgiram no México, Brasil, Rússia e Japão, além de mercados emergentes asiáticos.
Ocupou o cargo de vice-presidente de Economia do Desenvolvimento e economista-chefe do Banco Mundial de 1991 a 1993, quando então foi nomeado subsecretário de Assuntos Internacionais do Tesouro dos EUA.
A promoção a subsecretário do órgão ocorreu em 1995, período em que trabalhou muito próximo dos secretários Lloyd Bentsen e Robert Rubin na formulação de políticas econômicas nacionais e internacionais.
Quatro anos depois, em 1999, assumiu a secretaria do Tesouro. É elogiado, entre outros, por seu trabalho junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional), que teria contribuído para uma vigilância mais eficaz das vulnerabilidades financeiras, maior transparência no sistema como um todo, criação de novas operações de crédito e melhorias nas práticas de empréstimos.
Outro destaque citado pelo próprio Tesouro americano é a atuação importante na negociação do acordo que permitiu o ingresso da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), marco histórico para a economia global, que completou 20 anos no fim de 2021.
O ex-presidente Clinton disse uma vez que Summers “tem a rara capacidade de ver o mundo que está se formando e a habilidade para ajudar concretizá-lo”.
Após sair do governo, ele ocupou a reitoria de Harvard, de 2001 a 2006. Summers renunciou após críticas ao seu perfil de liderança e repercussões negativas a comentários feitos durante uma conferência acadêmica, em 2005. Na ocasião, sugeriu que “diferenças inatas” poderiam ser uma razão para que menos mulheres tivessem sucesso nas carreiras científicas e matemáticas em relação aos homens, segundo informações do jornal Boston Herald.
Em 2008, Summers retornou a Washington como assistente de Política Econômica do presidente Obama e, no ano seguinte, foi nomeado diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca – o que foi considerado, na época, o maior desafio de sua carreira.
Tal Conselho, conhecido em inglês pela sigla NEC (de National Economic Council), surgiu em 1993 para aconselhar o então presidente Clinton sobre a política econômica dos EUA e mundial. O grupo foi posto à prova já no ano seguinte, tendo enfrentado uma sequência de crises em países emergentes, que duraram até 1998.
Como um dos principais conselheiros de Obama, Summers ajudou a articular as ações dos EUA diante da grave crise financeira de 2008, considerada, na época, a maior desde a Grande Depressão de 1929 – ela seria ultrapassada, no início de 2020, pela crise decorrente da pandemia do novo coronavírus, segundo avaliação do FMI, considerando seus efeitos devastadores sobre a economia mundial.
Além enfrentar os desdobramentos da quebra do Lehman Brothers, o quarto maior banco de investimentos dos EUA em setembro de 2008, Summers também teve de lidar com desafios relacionados a falhas da indústria automobilística americana e pressões sobre o sistema monetário europeu.
O icônico pedido de concordata do Lehman é considerado o estopim da chamada “crise do subprime” ou “estouro da bolha imobiliária americana”, que desencadeou uma derrocada das bolsas de valores mundo afora.
Summers deixou o Conselho Econômico Nacional em 2010 e, no ano seguinte, voltou a lecionar em Harvard, ocupando a cadeira “Charles W. Eliot” da universidade, atividade que mantém até hoje.
Alertas sobre as chances de recessão nos EUA
Historicamente ligado aos democratas, Summers disse à CNN que, diante da maior inflação desde 1981, a economia dos EUA pode entrar em recessão nos próximos dois anos. A entrevista foi dada em meados de junho de 2022 e se contrapôs à opinião da secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, para a qual seu país não corre esse risco.
Semanas depois, no início de julho, Summers voltou à carga no assunto, desta vez na Bloomberg TV, e afirmou que a recessão americana pode ocorrer mais cedo, ainda em 2022.
Atualmente, Summers é presidente do conselho do Centro para o Desenvolvimento Global e vice do conselho do Instituto Peterson de Economia Internacional, além de ocupar posições de destaque em uma série de outras organizações de políticas públicas e entidades sem fins lucrativos.
No mundo corporativo, faz parte do conselho de Square, Doma e SkillSoft. Também presta consultoria ou aconselhamento para diversas companhias do setor financeiro e tecnológico, incluindo trabalhos de longa data para os grupos D. E. Shaw e Citi.
Já publicou mais de 150 artigos em revistas acadêmicas e figura como autor ou colaborador em seis livros, sendo o mais recente intitulado “Trading Blocs: Alternative Approaches to Analyzing Preferential Agreements” (Blocos Comerciais: Abordagens Alternativas à Análise de Acordos Comerciais Preferenciais, em tradução livre), da editora Mit Press, publicado em 1999.
É colaborador remunerado do programa “Wall Street Week” da Bloomberg TV e colunista do The Washington Post.
Pai de seis filhos e casado com Elisa New, professora de inglês em Harvard, Summers mora atualmente em Brookline, Massachusetts, EUA.