Nome completo: | José Mauro Ferreira Coelho |
Data de nascimento: | 15 de setembro de 1964 |
Local de nascimento: | Rio de Janeiro |
Formação: | Química Industrial |
Cargos: | Presidente da Petrobras de 14 de abril a 20 de junho de 2022, ex-secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia e funcionário de carreira da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) |
José Mauro Ferreira Coelho é um químico brasileiro. Assumiu como presidente da Petrobras no dia 14 de abril, ele é o terceiro executivo a ocupar o cargo no governo de Jair Bolsonaro (PL) como também deixar a cadeira. Antes, trabalhou em outros órgãos estatais do setor de energia. Seu nome foi aprovado pelo conselho de administração da petrolífera para o mandato de um ano.
Até a nomeação para a Petrobras, Coelho era presidente do Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo (PPSA), companhia pública responsável pela gestão dos contratos do pré-sal.
Coelho foi secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME) e diretor de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal vinculada ao MME. Coelho é funcionário de carreira da EPE.
O executivo foi indicado pelo governo Bolsonaro para assumir a presidência da Petrobras em 6 de abril, após a recusa do economista Adriano Pires, por suposto conflito de interesses. Pires é sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), uma consultoria privada do setor de energia.
Coelho substituiu na Petrobras o general da reserva Joaquim Silva e Luna, repreendido por Bolsonaro em meio à escalada dos preços dos combustíveis nos últimos meses. O presidente da República já criticou diversas vezes a Petrobras, sua administração e política de preços.
Luna foi demitido depois de um mega-aumento da gasolina, diesel e gás de cozinha em março. O mesmo processo de desgaste seguido de demissão havia ocorrido com seu antecessor, o economista Roberto Castello Branco, em fevereiro de 2021.
Política de preços
A Petrobras adota desde o governo Michel Temer (PMDB), em 2016, o Preço de Paridade Internacional (PPI) para os combustíveis nas refinarias, o que faz com que os valores acompanhem a cotação do petróleo no mercado internacional, o câmbio e os fretes.
O preço do petróleo é volátil, influenciado por questões econômicas e geopolíticas. A commodity atualmente está em alta por causa da invasão da Ucrânia e da imposição de sanções contra a Rússia, segunda maior exportadora mundial de petróleo bruto, depois da Arábia Saudita.
Se, por um lado, a política de preços é positiva para as finanças da Petrobras e seus acionistas (e o governo é o maior deles), os aumentos constantes pesam no bolso dos consumidores, na inflação e na popularidade do presidente da República. O tema é especialmente sensível para Bolsonaro, que neste ano tenta sua reeleição no cargo.
Em última análise, mudanças nos rumos da estatal dependem da vontade política do governo, mas Bolsonaro hesita em intervir diretamente nos preços. Prefere centrar fogo na companhia e em seus administradores.
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Discurso de posse
Ao assumir o comando, Coelho disse que “a prática de preços de mercado é condição necessária para a criação de um ambiente competitivo”.
Para ele, tal condição torna possível “a atração de investimentos e a expansão da infraestrutura para garantir o abastecimento”. O executivo destacou que há “grandes desafios” para garantir o abastecimento de combustíveis.
“Embora sejamos autossuficientes e exportadores de petróleo, somos importadores de vários combustíveis, o que impõe aos agentes de mercado e ao governo federal grandes desafios para a garantia ao abastecimento”, disse o novo presidente da Petrobras.
Quando era secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Coelho já defendia a prática adotada pela Petrobras e a importância da política para a garantia de abastecimento.
“Nós temos que ter os preços do mercado doméstico relacionados à paridade de preços de importação (PPI), porque se assim não fosse, não teria nenhum agente econômico com aptidão ou vontade de trazer derivados para o mercado doméstico e poderia ter desabastecimento no país”, afirmou o então secretário em outubro de 2021, pouco antes de deixar o ministério.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Coelho também foi favorável à mudança na cobrança do ICMS sobre os combustíveis, como queria Bolsonaro, proposta que acabou sendo aprovada pelo Congresso em março.
Coelho saiu da secretaria em outubro de 2021, num momento em que caminhoneiros pressionavam o governo contra o aumento dos preços dos combustíveis. Ele pretendia migrar para a iniciativa privada.
“Após o período regulamentar de quarentena, José Mauro retornará ao setor energético nacional, agora para assumir novos desafios na iniciativa privada brasileira”, informou nota do MME divulgada na época.
De acordo com informações do site Poder 360, ele iria trabalhar na Copagaz, mas acabou recebendo o convite para a Petrobras antes da contratação pela distribuidora de gás.
Em sua posse na Petrobras, Coelho afirmou que o modelo de gestão permitiu reduzir o endividamento da companhia, que era de US$ 160 bilhões em 2014, “uma das maiores [dívidas] do mundo corporativo”. “Hoje, a dívida é de menos de US$ 60 bilhões e a menor dívida abre espaço para novos investimentos”, disse.
Ao mesmo tempo, porém, Coelho destacou que a empresa tem “responsabilidade social” e prometeu maior interação com o Congresso Nacional e o poder Executivo.
De acordo com Coelho, tal responsabilidade será perseguida com investimentos em projetos socioambientais e em programas de direitos humanos. Ele declarou ainda intenção de mudar a comunicação da estatal para reforçar “a importância que a Petrobras tem para o povo brasileiro”.
Quem é José Mauro Ferreira Coelho?
Carioca, José Mauro Ferreira Coelho nasceu em 15 de setembro de 1964. Ele se formou em Química Industrial pelas Faculdades Reunidas Professor Nuno Lisboa, no Rio, em 1991. Fez aperfeiçoamento em Ciências dos Materiais no Instituto Nacional de Tecnologia (INT), mestrado na mesma área no Instituto Militar de Engenharia (IME) e doutorado em Planejamento Energético na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). De 1984 a 1991, ele foi oficial de artilharia do Exército.
Depois de se formar, Coelho atuou como pesquisador e professor em diversas instituições de ensino e pesquisa, do ensino médio à pós-graduação. O título de sua tese de doutorado, obtido em 2015, é: “Modelagem para auxílio à seleção de alternativas de valorização de excedentes de petróleo no Brasil”.
Em 2006, o hoje presidente da Petrobras tentou a política. Foi candidato a deputado estadual no Rio pelo PSDB. Concorreu como Professor José Mauro, teve 1.437 votos e não se elegeu.
Em 2007, Coelho entrou na EPE como analista de pesquisa energética. Depois, foi assessor da diretoria, superintendente adjunto de Gás e Biocombustíveis, superintendente adjunto de Petróleo e diretor de Estudos do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
De acordo com a Folha, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Coelho colaborou no desenvolvimento do novo marco legal do petróleo e gás, decorrente da descoberta das reservas em águas ultra profundas da camada pré-sal.
A partir daí, foram instituídos os contratos de partilha de produção e a exclusividade da Petrobras na operação do pré-sal. Posteriormente, durante o governo Temer, a estatal deixou de ter exclusividade, podendo exercer ou não direito de preferência como operadora.
Em abril de 2020, Coelho assumiu a secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME. A indicação do ex-secretário à presidência da Petrobras é considerada uma vitória do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
O executivo escreveu três livros sobre a indústria petrolífera, abordando as áreas de refino, distribuição e mercado de petróleo, derivados e gás natural.
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