Nome completo | Felipe Pires Guerra De Carvalho |
Local de nascimento | Rio de Janeiro |
Data de nascimento | 10/05/1978 |
Ocupação | CIO da Legacy Capital |
Patrimônio sob gestão da Legacy Capital | R$ 23 bilhões |
Felipe Guerra é um renomado gestor brasileiro com quase três décadas de experiência no mercado financeiro. É com essa vasta experiência que ele irá participar da Expert XP 2024, o maior festival de investimentos do mundo, que acontece entre os dias 30 e 31 de agosto, em São Paulo.
Quem é Felipe Guerra?
Guerra é formado em engenharia de produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem certificação CFA chart holder, título reconhecido internacionalmente como um padrão de excelência na área de investimentos e análise financeira. É sócio-fundador e CIO da Legacy Capital, uma gestora de recursos independente fundada em abril de 2018, em São Paulo, com R$ 23 bilhões de ativos sob gestão.
A gestora disponibiliza oito fundos para o mercado nos segmentos de multimercados, previdência e crédito privado. O primeiro produto da empresa, o Legacy Capital B FIC FIM, subiu 126% desde julho de 2018, quando foi lançado, o dobro do CDI. O produto tem patrimônio líquido de R$ 7,53 bilhões.
Antes de fundar a Legacy com outros sócios, Guerra já havia construído uma carreira no mundo das finanças. Ele iniciou sua trajetória no Banco BBM, onde trabalhou entre 1998 e 2000. Posteriormente, ingressou no Citibank como trainee trader de câmbio e opções, onde ficou por cinco anos e refinou suas habilidades em negociação e análise de mercados.
Em 2005, entrou no banco Santander para trabalhar como diretor de tesouraria. Ele foi responsável por gerenciar os livros de tesouraria, englobando trading proprietário e market making tanto no mercado local quanto internacional. Além disso, liderou áreas estratégicas – como análise de carteira de performance de ativos, análise econômica e modelagem quantitativa dentro da estrutura de global banking & markets – e foi membro do comitê executivo.
Antecipando movimentos
O gestor frequentemente é citado em publicações financeiras e participa de conferências, muitas vezes antecipando movimentos. Em julho, em entrevista ao InfoMoney, ele foi um dos primeiros grandes nomes do mercado financeiro a ventilar que a piora das expectativas de inflação no Brasil e o cenário cambial poderiam levar o Banco Central aumentar os juros ainda em 2024, algo citado posteriormente pelo próprio Comitê de Política Monetária (Copom).
“É muito provável que o BC tenha que preparar o mercado para um próximo ciclo de alta. Um país emergente como o Brasil não pode se dar ao luxo de ver a expectativa de inflação piorando. Quanto mais esperar, maior vai ser o trabalho para consertar. Achamos que, nesse câmbio de hoje (R$ 5,45 na época), o BC deveria preparar o mercado e o Governo para eventual alta em setembro”, disse.
Em entrevista ao NeoFeed em fevereiro de 2022, Guerra também previu acertadamente a escalada da taxa de juros nos Estados Unidos. Na época, a aposta era de alta até a faixa de 2,50%, e Guerra já falava em juros americanos de 4%. Chegaram à faixa de 5,25% a 5,50%.
Assim como outros gestores de renome, Guerra também é um crítico do arcabouço fiscal, o conjunto de regras aprovado em 2023 que, em tese, têm como objetivo evitar o descontrole das contas públicas. Segundo o gestor, as medidas de indexação dos benefícios sociais ao salário mínimo e a proposta de subir o piso de saúde e educação fazem com que o arcabouço seja inviável, e a questão não é se ele vai ser respeitado ou não, mas quando vai “explodir”.
Em participação no Stock Pickers em setembro de 2023, Guerra disse que havia uma “lista de maldades” sendo levada ao Congresso, entre elas a criação do IVA e a revisão dos Juros sobre Capital Próprio (JCP). “É um ambiente hostil. A gente fez uma conta e tem empresa que tem um terço do lucro vindo do JCP. Então o índice (o Ibovespa) deveria cair uns 10% com essa história de JCP”.
Em entrevista ao Broadcast em junho de 2024, ele criticou a atuação do ministro da economia, Fernando Haddad, que vem tentando fazer o ajuste fiscal por meio da arrecadação. De acordo com Guerra, o país já tem uma carga tributária bastante alta e não faz sentido lidar com as contas do Estado só pelo lado receita, sem fazer controle das despesas.
A vida do gestor não é só trabalho, claro. Quando não faz gestão ativos financeiros, controle de risco e montagem de portfólio, Guerra curte jogar golf com amigos no final de semana.