Eduardo Paes: quem é o prefeito do Rio eleito para o 4° mandato?

Político de carreira, Paes acumula passagens por diferentes legendas desde o início da vida pública

Eduardo Paes
Eduardo Paes em comício (foto: Instagram)
Nome completo:Eduardo da Costa Paes
Data de nascimento: 14 de novembro de 1969
Local de nascimento:Rio de Janeiro, capital
Formação:Bacharel em direito pela PUC-Rio
Atuação na política:Subprefeito da Zona Oeste do Rio, vereador, deputado federal, secretário municipal do Meio Ambiente, secretário estadual do Turismo, Esporte e Lazer e prefeito do Rio de Janeiro.

Quem é Eduardo Paes?

Eduardo da Costa Paes (PSD) é um político nascido em 14 de novembro de 1969 na capital do Rio de Janeiro.

Começou sua vida pública no início da década de 90, integrando a Juventude Cesar Maia. Pouco tempo depois de concluir o curso de Direito, foi nomeado subprefeito da Zona Oeste do Rio no mandato de Cesar Maia (PSD), seu padrinho político e então prefeito da capital fluminense.

Cargos eletivos

Sua atuação bem avaliada à frente da subprefeitura, entre 1993 e 1996, rendeu-lhe mais de 82 mil votos para vereador em 1996, o que foi considerado um recorde para o cargo. No segundo ano na Câmara Municial, em 1998, foi eleito deputado federal, cargo que ocupou por dois mandatos consecutivos.

Durante seu primeiro mandato no Legislativo Federal, Paes saiu do PFL para ingressar no PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), iniciando algumas idas e vindas partidárias, motivadas por desentendimentos com a família Maia. Em 2001, retornou à legenda para ser secretário do Meio Ambiente no segundo mandato de Cesar Maia como prefeito do Rio. Um ano depois, foi reeleito deputado federal e rompeu definitivamente com o antigo aliado, para ingressar no PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira).

Em 2006, concorreu ao governo do Rio de Janeiro, obtendo pouco mais de 5% dos votos. No segundo turno, apoiou Sérgio Cabral – que venceu a eleição – e assumiu a Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer durante o seu mandato como governador.

Eduardo Paes trocou o PSDB pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partido de Sérgio Cabral. Pela nova legenda, venceu duas eleições consecutivas para prefeito do Rio de Janeiro, em 2008 e 2012.

Em 2018, Paes disputou o cargo de governador do estado, mas terminou derrotado por Wilson Witzel no segundo turno. Dois anos depois, voltou a concorrer à prefeitura carioca, dessa vez filiado ao DEM, e venceu Marcelo Crivella no segundo turno, com 64% dos votos válidos.

Em 2021, migrou para o PSD (Partido Social Democrático), pelo qual concorrerá à reeleição para o Executivo Municipal nas eleições de outubro de 2024.

Segundo levantamento do portal G1, algumas das promessas de campanha de Paes da última eleição já cumpridas foram:

  • recuperação das finanças públicas;
  • pagamento de salários do funcionalismo em dia e retomada dos planos de carreira;
  • redução do IPTU;
  • implementação do Programa Conect@dos (internet móvel e equipamentos para o ensino remoto dos alunos da rede municipal);
  • expansão do período integral para 100 mil alunos;
  • reabertura de estações do BRT com aumento da segurança;
  • recontratação de médicos e profissionais da saúde.

Denúncias e suspensão de processos

Entre 2019 e 2020, Eduardo Paes foi denunciado por corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. 

Segundo o Ministério Público, o político teria recebido cerca de R$ 11 milhões do grupo Odebrecht em dinheiro para financiar a sua primeira campanha para a prefeitura, em 2012. O dinheiro teria sido entregue indiretamente a Paes, por meio de Renato Pereira, marqueteiro de sua campanha na época.

A denúncia foi baseada em delações premiadas, como as do próprio Pereira e de Benedicto Barbosa, chefe do setor de propinas da empreiteira. Além disso, o político não teria declarado todo o valor recebido em 2012 – motivo da denúncia de falsidade ideológica eleitoral. E teria simulado pagamento à agência de Pereira, o que configura lavagem de dinheiro.

Outra delação foi a do ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do RJ (Fetranspor), Lélis Teixeira. Em depoimento, ele acusou Paes de ter recebido R$ 40 milhões em 2012 para a campanha de reeleição.

Em decisão de maio de 2024, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, suspendeu as investigações abertas em decorrência da delação premiada de Teixeira. Por ordem do magistrado, foi suspensa também uma ação de improbidade administrativa que corria na vara cível da Justiça do Rio de Janeiro.

O motivo foi a falta de acesso da defesa de Paes ao conteúdo da delação, mesmo após solicitação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo Gilmar Mendes, para que pudessem fazer uma defesa efetiva e fiscalizar a regularidade das investigações, os advogados deveriam conhecer o acordo de Teixeira.

Em julho de 2024, o STF declarou a 7ª Vara Criminal Federal do RJ incompetente para julgar os processos em que Eduardo Paes é acusado de corrupção passiva e caixa dois na eleição municipal. O colegiado anulou todas as decisões da referida vara e determinou que os autos fossem enviados à Justiça Eleitoral.