Nome Completo: | William Albert Ackman |
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Data de nascimento: | 11 de maio de 1966 |
Local de nascimento: | Nova York, EUA |
Formação acadêmica: | Graduação em História e pós-graduação em Administração de Empresas (Universidade de Harvard) |
Ocupação: | Diretor executivo da gestora Pershing Square Capital Management |
Controvérsias e mudanças rápidas de direção estão entre as marcas da trajetória de Bill Ackman, fundador da Pershing Square Capital, gestora que administra cerca de US$ 16 bilhões em ativos.
Autointitulado investidor ativista, Ackman tornou-se conhecido no mercado financeiro por suas opiniões fortes e por travar diversas batalhas corporativas. Uma das mais famosas foi contra a Herbalife: Ackman não só acusou a empresa de pirâmide financeira como assumiu uma posição vendida contra a companhia, o que lhe traria um prejuízo bilionário tempos depois.
Entre os muitos altos e baixos, sua ousadia também rendeu bons frutos, multiplicando sua fortuna em momentos críticos do mercado. Durante a crise financeira de 2008, Ackman assumiu uma posição short contra a seguradora MBIA, o que trouxe um resultado robusto para a Pershing Square. Anos depois, durante a pandemia de Covid-19, a gestora lucrou US$ 2,6 bilhões com operações de hedge, enquanto o mercado desabava mais de 30% em março de 2020, o que contribuiu para fortalecer a imagem de visionário de Ackman.
Uma de suas mais recentes polêmicas envolve a renúncia da reitora de Harvard, Claudine Gay, no início de 2024. Ex-aluno da instituição e de ascendência judaica, Ackman liderou uma campanha contra a acadêmica, acusando-a de tolerar o antissemitismo entre o corpo de alunos.O caso rendeu discussões por parte de professores e estudantes quanto à influência da filantropia sobre as instituições de ensino – Ackman é um generoso doador da universidade.
Bill Ackman é casado desde 2019 com a designer e professora israelense-americana Neri Oxman. Segundo a revista Forbes, sua fortuna totalizava US$ 4,2 bilhões em 2023.
Quem é Bill Ackman
William Albert Ackman nasceu em Nova York, em 11 de maio de 1966. Seu pai era presidente de uma empresa de financiamento imobiliário, e sua mãe, uma alta executiva.
Em 1988, Ackman formou-se em História pela Universidade de Harvard e, logo em seguida, especializou-se em Administração de Empresas na mesma instituição. No início de sua vida profissional, chegou a trabalhar no setor imobiliário ao lado do seu pai, mas depois, em 1992, fundou a gestora de ativos Gotham Partners em parceria com um ex-colega de faculdade.
A empresa ganhou reconhecimento no mercado pelo sucesso em diversas operações, mas também amargou prejuízos em várias outras. Em 2002, depois de uma perda significativa em um dos fundos (e uma saída massiva de clientes), a Gotham encerrou suas atividades.
Pershing Square Capital e o ativismo agressivo
O insucesso da Gotham não afetou a imagem de Ackman. Dois anos após ter fechado a gestora, em 2004, ele criou a Pershing Square Capital, com recursos de seus fundos sociais e apoio da Leucadia National.
O investimento inicial foi de US$ 54 milhões e, já no início, a nova gestora de fundos apresentou retornos expressivos. Os investimentos tinham um perfil em comum: negócios de alto risco que necessitavam de uma radical redefinição de rota. Ackman encontrava esses casos críticos e jogava a favor ou contra a empresa, a depender da situação.
Uma de suas apostas mais bem sucedidas envolveu a MBIA durante a crise de 2008. Ao identificar fragilidades financeiras na empresa, assumiu uma posição vendida (short) nos papéis, ou seja, apostou na desvalorização das ações. Em meio ao colapso das hipotecas nos EUA, a operação rendeu mais de US$ 1 bilhão à Pershing Square.
O ativismo performático de Ackman e alguns resultados de destaque o mantinham nos holofotes do mercado financeiro. Em 2015, a Forbes o estampou em uma de suas capas, com o apelido de “Baby Buffett” – uma comparação com o megainvestidor Warren Buffett, de quem Bill era admirador, mas se distanciou anos depois ao vender sua participação na Berkshire Hathaway.
Altos e baixos de Bill Ackman
Resultados robustos e apostas erradas sempre se alternaram nas operações da Pershing.
Em 2004, a gestora comprou uma grande participação na rede de fast food Wendy’s. Anos depois, Ackman teve um grande lucro ao vender sua participação na companhia.
Em 2012, o investidor foi responsável por um dos mais famosos “cheques em branco” do mercado de capitais americano. Por meio de uma special purpose acquisition company (SPAC), a Pershing adquiriu 29% do Burger King, por US$ 1,4 bilhão. Posteriormente, a rede se uniu à canadense Tim Hortons (que havia deixado de ser subsidiária da Wendy’s por influência de Ackman), dando origem à Restaurant Brands International.
Outra operação de 2012 reforçou o sucesso de Ackman como gestor, dando ainda mais visibilidade ao seu nome. No final daquele ano, o Pershing Square Holdings, um novo fundo fechado da gestora, levantou US$ 3 bilhões em seu IPO.
Mas um investimento mal sucedido marcou o ponto de virada nos resultados da Pershing, abalando a imagem de Ackman. Em 2015, ele investiu US$ 3,2 bilhões na farmacêutica Valeant, alvo de polêmicas que envolviam os preços exagerados dos medicamentos nos EUA. Um ano depois, um grupo de seguradoras processou a empresa, acusando-a de extorsão pela prática de preços abusivos.
As ações da Valeant, que já caiam por causa das acusações, derreteram após suspeitas de fraude no balanço: os papéis, que custavam US$ 190 quando a Pershing entrou no negócio, caíram a US$ 12 com a sucessão de más notícias.
Na ocasião, as críticas do mercado foram direcionadas à teimosia de Ackman, que insistiu em manter a posição na Valeant mesmo diante do cenário catastrófico. De acordo com a Reuters, o Pershing Square International Fund saiu de um rendimento de 37% em 2014 para 16,6% em 2015, caindo mais 10% em 2016, principalmente por causa da derrocada da farmacêutica.
O caso Herbalife
Entre os insucessos da Pershing, a Herbalife é um dos mais famosos, pela duração da polêmica e pelo embate direto com Carl Icahn, outro megainvestidor que tinha participação na empresa.
Em 2012, Bill Ackman assumiu uma posição vendida de US$ 1 bilhão contra a fabricante de suplementos alimentares, alegando que a operação era um esquema de pirâmide financeira, por causa da estrutura de vendas, que dependia do recrutamento permanente de novas pessoas.
Para comprovar seus argumentos, Ackman patrocinou uma extensa pesquisa sobre a empresa, incluindo entrevistas com pessoas que se tornaram distribuidoras da marca ou tiveram prejuízos com o negócio. O caso virou tema do documentário Betting on Zero, que mostra o desenrolar da acalorada batalha pública.
No início, a estratégia de Ackman contra a Herbalife deu certo: as ações caíram cerca de 40%. Porém, Carl Icahn teve papel importante na defesa da companhia junto à opinião pública, ajudando a reverter a situação. Ao mesmo tempo, a Herbalife investiu pesado no patrocínio em atletas famosos e em personalidades que deram credibilidade à marca, fazendo as ações subirem novamente.
As autoridades americanas concluíram que o modelo estratégico adotado pela companhia era uma forma de marketing multinível, e não de pirâmide financeira. Depois de um acordo com a SEC (Securities and Exchanges Commission), a CVM dos Estados Unidos, a companhia pagou uma multa de US$ 200 milhões por não ter informado corretamente os seus investidores sobre os riscos de seu modelo de negócios. Com a alta de suas ações, Ackman teve que liquidar sua posição vendida no início de 2018, com alguns bilhões de dólares de prejuízo.
Participação na Bolsa de Israel
Em janeiro de 2024, Ackman comprou 5% da Bolsa de Israel durante o anúncio de uma oferta secundária, na qual foram negociados 18,5% do valor de mercado da instituição. A transação saiu por US$ 17,3 milhões.
Ao que tudo indica, o investimento de Ackman não foi aleatório. Isso porque ele é um defensor ativo de Israel, que o fez se envolver em uma grande polêmica com a Universidade de Harvard. Tudo começou após uma declaração assinada por mais de 30 grupos estudantis que atribuíam a Israel a responsabilidade pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortes.
Sua campanha contra a reitora de Harvard, Claudine Gay, resultou no pedido de demissão da acadêmica. As opiniões sobre o caso se dividiram, com críticas por parte de alunos e do quadro docente e elogios de alguns membros da comunidade judaica. Em entrevista à Bloomberg, Ackman disse que estava “apenas consertando as coisas”, referindo-se à saída da reitora.