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Especialistas da XP enxergam que incertezas fiscais e volatilidade devem marcar 2023

Analistas presentes no Insurance Day, da XP, apontam contas públicas e risco de mudanças na meta da inflação como preocupantes

MoneyLab

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O ano de 2023 começou desafiador para o mercado financeiro global com juros altos e perspectiva de queda forte na atividade. No Brasil, em particular, há outros riscos no radar. Além de ter que lidar com a visão de curto prazo que marca as alocações do investidor local, o mercado monitora riscos capitaneados pelo novo governo que podem impactar na alocação dos investimentos.

Na visão de especialistas da XP reunidos no Insurance Day 2023, evento com escritórios parceiros, a mudança na condução da política macroeconômica e fiscal preocupa e é essencial nas análises das perspectivas e definição das carteiras.

“O que fazemos é antecipar cenário e monetizar. No Brasil, nos posicionamos no médio prazo, falando de alocação, porque se posicionar no longo prazo aqui é impossível”, comentou Bruno Marques, gestor da Estratégia Multimercado Macro da XP Asset, acrescentando que o prazo do investidor é outro e o mercado precisa educá-lo sobre a importância de olhar para horizontes maiores de tempo.

O executivo da XP destacou os fundos Multimercados que têm na diversificação um componente importante e podem ter uma boa performance em cenários difíceis, mas ainda assim sofrem com resgates sempre que há volatilidade forte.

“Tivemos um ano de 2021 com perda de recursos e em 2022 observamos que os fundos Multimercados tiveram melhora em seu desempenho. Quem se assustou com a volatilidade e saiu do produto perdeu uma performance boa na recuperação”, afirmou Marques, acrescentando que o ideal seria olhar pelo menos 24 meses dos Multimercados antes de qualquer movimento ou acompanhar eventuais mudanças no gestor ou na estratégia que justifiquem saques.

Lucas Kanner, head Comercial de Previdência da XP INC, convocou a plateia, formada por escritório parceiros, a apostarem na oferta de diversificação de produtos.

“Diversificação é aquele clichê que precisa ser falado, porque reduz risco para o cliente. E não falo em adicionar risco a clientes conservadores. Dá para diversificar dentro da mesma classe de ativos, buscando melhorar a carteira sem elevar o risco ou levar volatilidade a quem não quer.”

Para o economista-chefe da XP Asset, Fernando Genta, o ano de 2023 será importante porque há várias definições de caminhos que vão impactar nos cenários dos próximos anos em termos de inflação, juros e crescimento econômico.

“Estas notícias sobre moeda única do Mercosul, a aproximação entre Uruguai e China e mesmo o financiamento do gasoduto Vaca Muerta não me preocupam no curto prazo, mas a falta de foco do governo é um sinal ruim”, comentou o economista.

Alguns temas, destacou Genta, devem ser monitorados de perto neste ano, como a reforma tributária, que está bem encaminhada, e a definição de uma nova âncora fiscal.

“Me parece que deve ser algo mais frouxo, o que é ruim, assim como a ideia de rever a meta de inflação, em junho, que pode ser elevada. Dependendo do que vier podemos ter anos de juros e inflação alta, o que não favorece.”

Bruno Marques faz coro e acrescenta que este começo de 2023 ainda deve ser bom, com crescimento do PIB, mas que o país vai desacelerar a partir do segundo trimestre.

“Neste começo de ano o cenário externo ajuda porque mesmo com juros altos, fazendo a inflação ceder, não há recessão na Europa ou mesmos nos Estados Unidos. A Nasdaq já subiu quase 10%”, resumiu o executivo. “Com um arcabouço fiscal pior, vejo um Brasil com dificuldades e um filme ruim para os próximos anos. Certo é que 2023 será de volatilidade.”

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