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“O segredo é ser positiva. É muito difícil equilibrar todos os pratos, mas eu acredito que desafios foram feitos para serem solucionados”, diz Verilanny Strasser Menegas, empresária do setor de agronegócio, que é mãe de um menino de 4 anos com transtorno de espectro autista.
Veri, como gosta de ser chamada, tem 35 anos e trabalha desde os 13. Atualmente, ela comanda a parte financeira do Grupo Strasser Fazendas, uma revenda de peças e a Grandtec, empresa representante da marca de máquinas agrícolas CASE IH no estado do Tocantins. “Apesar de ter muito trabalho, minha família é minha prioridade. As terapias e o cuidado com o Vicenzo são sempre meu primeiro pensamento do dia”, diz.
Mas é fato que o trabalho também é bem-feito. Nos últimos quatro anos, ela ajudou a quintuplicar o faturamento do grupo, alcançando os R$ 250 milhões. Enquanto coordena reuniões, prepara relatórios e faz previsões financeiras, Veri se preocupa com a evolução do tratamento do filho e acompanha de perto as terapias.
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“Eu sou muito organizada. Tenho planilhas e planejo tudo para dar conta”, explica. “Muitas mulheres descobrem o diagnóstico dos filhos e deixam de trabalhar. Eu não julgo, realmente é muito difícil, mas eu prefiro seguir ativa e buscar soluções para não ficar focada em problemas”, afirma.
Do Sul para o Norte
Formada em psicologia, a executiva começou sua carreira na empresa do pai, em Santa Catarina. Há dez anos, a companhia de implementos agrícolas catarinense foi vendida para um tio. “O agronegócio sempre esteve na família. Meus avôs paternos e maternos já nasceram nessa área e nós seguimos o caminho nesse setor resiliente e importante para o país”, conta.
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Em busca de um recomeço depois da venda do primeiro negócio, a família desembarcou no Norte do país, atraída pelas oportunidades de crescimento e desenvolvimento do setor local. Por dois anos, Veri e a família moraram em uma fazenda em Ponte Alta do Tocantins, cidade com 7 mil habitantes, para entender de perto o dia a dia, clima, particularidades e demandas do local.
“Até chegar ao patamar atual, todos nós precisamos de muito trabalho e disciplina. Só é mais fácil porque estamos em família, mas ainda temos desafios diários”, diz. Depois de três anos no Tocantins investindo apenas em fazendas, Veri decidiu diversificar.
Foi então que a família investiu na aquisição da representação da CASE IH no estado. “Compramos a revenda de um terceiro. Trocamos o nome para Grandtec e ficamos com ativos e passivos da empresa. Estávamos cientes dos desafios e o primeiro ano foi praticamente para apagar fogo. Foi aí que eu estruturei um trabalho e começamos a trilhar uma recuperação financeira”, conta.
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No segundo ano de operação a Grandtec começou a ter faturamento positivo e desde então tem seguido em trajetória de crescimento. Segundo a executiva, o contexto político dos últimos anos refletiu em incertezas e impediu que o volume de vendas do negócio fosse ainda maior.
“Mesmo assim, nossos resultados foram positivos nos últimos anos. Para acelerar o crescimento, estamos investindo na capacitação dos nossos funcionários com o objetivo de melhorar o pós-venda”, afirma.
Para dar conta de todas as demandas, a empresária divide seu dia em suas planilhas. São cerca de seis horas de cuidado com o filho no acompanhamento de terapias, outras seis horas no trabalho e mais algumas horas dedicadas ao cuidado pessoal, como terapia, esportes .
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“Eu só consigo dar conta porque tenho ajuda. Por exemplo, a Fátima, assessora financeira, está comigo há três anos e temos uma parceria diferenciada. Ela antevê minhas necessidades, me ajuda a investir com o cuidado de preservar o fluxo de caixa e consegue me atender de forma rápida com a tecnologia e as oportunidades da XP”, diz. “Não adianta querer somatizar tudo. É fundamental contar com apoio e saber escolher as melhores pessoas para isso”, finaliza.