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Conheça a Neurotech: empresa que transforma dados em lucro

Pioneira no uso de inteligência artificial, suas soluções hoje são usadas na avaliação de crédito, riscos, seguros e saúde

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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Rodrigo Cunha, vice-presidente de Produtos da Neurotech
Rodrigo Cunha, vice-presidente de Produtos da Neurotech

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Criada no Recife, há 22 anos, para explorar maneiras de utilizar a Inteligência Artificial, até então pouco conhecida do mundo, para resolver problemas complexos, a Neurotech atraiu a gigante B3, que há pouco mais de um ano adquiriu a empresa por um valor acima de R$ 1 bilhão. Referência em tecnologia, seus sistemas são usados por organizações de todo o país para liberar crédito, calcular o risco de seguros, prevenir fraudes em planos de saúde e muitas outras aplicações que transformam grandes volumes de dados em insights valiosos para os negócios.

A Neurotech foi fundada em 2002, mas sua gestação teve início cerca de três anos antes, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), praticamente junto com a criação do Google. Nessa época, estava sendo formado, na capital pernambucana, o ecossistema de inovação do Porto Digital do Recife, liderado pelo professor Silvio Meira, que daria origem a várias startups de sucesso. Incubada no centro de estudo e pesquisa Cesar, um dos mais importantes do Brasil até hoje, a Neurotech faz parte da primeira geração de empresas de alta tecnologia nascidas nesse ambiente.

A empresa foi criada pelos professores Germano Vasconcelos e Paulo Adeodato e por três alunos do Centro de Informática da UFPE envolvidos em pesquisas de mestrado e doutorado: Adrian Arnaud, Domingos Monteiro e Rodrigo Cunha. Os três últimos permanecem até hoje atuando no negócio, Arnaud como diretor de tecnologia, Monteiro como CEO e Cunha como vice-presidente de Produtos.

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O primeiro projeto de pesquisa tinha como objetivo usar IA que permitisse aprovar com maior assertividade e rapidez as propostas de crédito e, por consequência aumentar a oferta sem elevar o risco. Essa demanda partiu de um grupo supermercadista pernambucano que havia criado um cartão de crédito para seus clientes e buscava uma tecnologia para aumentar a eficiência do processo de aprovação.

Utilizando uma tecnologia até então pouco conhecida, chamada de redes neurais, que inspirou o nome da empresa, o grupo criou uma solução altamente eficiente que abriria portas para outras empresas e novos projetos de pesquisa.

Segundo Rodrigo Cunha, VP de Produtos, na época, os membros do time estavam mais focados em fazer pesquisa do que propriamente em criar um negócio. Mas novas demandas reais foram surgindo e o trabalho foi ganhando corpo, com a Neurotech acompanhando o desenvolvimento mundial da IA e aplicando-a em novos projetos.

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Início da escalada

O espírito empreendedor, já presente na vida dos fundadores, alguns deles com negócios anteriores ou paralelos, tornou-se o motor da empresa a partir de 2009, quando a Neurotech começou a buscar uma solução para escalar o crescimento. “Nessa segunda fase, nós nos propusemos a criar um sistema que pudéssemos vender para vários clientes e fazer a escala”, lembra Cunha.

Foi então que nasceu a plataforma Riskpack, um dos carros-chefes da empresa até hoje. “O Riskpack é um software que possibilita ao cliente cadastrar suas regras de crédito e utilizar IA e dados, principalmente externos, para avaliar risco”, descreve.

O produto fez muito sucesso no mercado e chamou a atenção de fundos de investimento interessados em injetar capital e se tornar sócios do negócio. Nessa mesma época, os principais birôs de crédito brasileiros estavam sendo adquiridos por empresas internacionais e a Neurotech acabou se tornando o único player brasileiro independente, que passaria a concorrer com gigantes globais.

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Em 2013, os fundadores associaram-se ao fundo TMG Capital, que já possuía em seu portfólio o birô Boa Vista, e o negócio escalou de vez. Nos anos seguintes, a empresa criou uma série de novos produtos, incluindo uma segunda plataforma chamada Neurolake, que emprega IA para transformar grandes volumes de dados brutos em insights de negócios valiosos para empresas dos segmentos de crédito, seguros e saúde.

As soluções desenvolvidas pela Neurotech são utilizadas hoje por diversas empresas desses segmentos. Elas ajudam a aprovar crédito, calcular o risco de clientes interessados em seguro de automóvel, identificar tentativas de fraude em sinistros, prevenir fraudes em reembolsos de planos de saúde, entre outras aplicações.

De acordo com Cunha, no setor de crédito, as soluções da Neurotech possibilitam aumentar de 15% a 20% a oferta sem elevar o risco de inadimplência. Já no segmento de seguros, reduzem de 30% a 40% o nível das fraudes.

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Venda bilionária

A compra pela B3, no final de 2022, abriu novos horizontes para a empresa. A decisão de vender a companhia partiu da vontade do fundo TMG de sair do negócio, realizando o lucro do investimento. Depois de analisar várias alternativas, incluindo um IPO e ofertas de outros fundos, a Neurotech optou pela proposta da B3.

Conhecida principalmente pela operação da bolsa de valores, a B3 vem realizando nos últimos anos um importante trabalho de diversificação de negócios, com a Inteligência Artificial como um dos direcionadores desse movimento.

Dois anos antes, havia adquirido a Neoway, líder em IA e data analytics na América Latina, e o grande potencial de sinergia entre as duas empresas foi um dos motivos da negociação com a Neurotech. Ambas fazem parte da frente de novos negócios da B3, independente da operação da bolsa e buscam crescer com seus produtos e nos segmentos em que atuam e unir forças para explorar novas oportunidades de mercado para aplicação de IA, Big Data, data analytics e machine learning.

A B3 comprou a totalidade da Neurotech, mas manteve o mesmo time responsável pelo sucesso do negócio. A transação envolveu um pagamento de R$ 569 milhões, um aporte de R$ 50 milhões na Neurotech e um pagamento sujeito ao atingimento de metas (earn-out) de R$ 523 milhões, totalizando R$ 1,142 bilhão.

No caso de Cunha, parte dos valores recebidos na venda vem tendo como destino sua conta de investimentos na XP, instituição com a qual vem aprofundando o relacionamento ao longo dos anos.

“Tenho grande admiração pela história do Benchimol, que conseguiu replicar no Brasil o que o Schwab havia feito nos Estados Unidos”, diz, referindo-se ao fundador da XP, Guilherme Benchimol, e ao empresário americano Charles Schwab, que democratizou o acesso aos investimentos nos Estados Unidos. “Comecei consumindo conteúdo, depois abri uma conta online e passei a experimentar alguns produtos um pouco mais sofisticados que eu não encontrava nos bancos tradicionais”, recorda.

Em um evento de liquidez recente, relacionado à venda da Neurotech para a B3, Cunha ampliou seus investimentos pela XP, onde é atendido pelo assessor de investimentos Marcus Guerra. “O fato é que tenho um bom relacionamento e sou bem atendido pela XP.”

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