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Quando criança, Janete Vaz observava com admiração as mulheres da sua família que trabalhavam fora para garantir o próprio sustento. O exemplo cresceu com ela, que sonhava com seu potencial negócio quando ainda cursava a faculdade de bioquímica na Universidade Federal do Goiás (UFG), sua terra natal.
Ao se mudar para Brasília, em 1981, já casada e com filhos, Janete passou a trabalhar em 3 empregos ao mesmo tempo para conseguir empreender. “Até que um laboratório fechou e compramos todos os equipamentos. Parcelamos a dívida em 10 vezes. Foi a oportunidade que a gente esperava para ter a nossa empresa”, conta.
Ao lado da sócia e colega de profissão, Sandra Costa, Janete inaugurou o Laboratório Sabin em 1984. “À época, a gente fazia tudo – desde coleta até o financeiro e planejamento estratégico. Os primeiros 15 anos foram muito difíceis. Mas alcançamos todas as nossas metas, e isso me dá muita satisfação”, afirma.
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Primeiros passos da empresa
Em uma época em que o segmento laboratorial tinha presença maciça de homens – que eram professores de faculdade e influentes – as sócias do Sabin apostaram em excelência no atendimento para ganhar a confiança dos clientes. “A gente montava pontos de coleta móvel para facilitar o acesso”, lembra a empresária.
Poucos meses depois de iniciar a operação, o Laboratório fechou parceria com um plano de saúde, o que garantiu o pagamento das despesas básicas e a realização dos primeiros investimentos.
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“Passamos a comprar aparelhos para realizar exames mais sofisticados. O objetivo era ter um diferencial, e não ser só mais uma empresa pequena que faz exames básicos. A inovação está no nosso DNA, e segue sendo uma das premissas do negócio”, conta a empresária.
Plano de expansão
O primeiro ponto de virada relevante da empresa foi marcado pela mudança de endereço durante o ano 2000. De um prédio de rua, a operação foi reinaugurada dentro do Brasília Shopping. Neste momento, já com parceria firmada com diversos convênios, o Sabin Diagnóstico e Saúde ganhou ares de renovação, e o negócio passou a ser lapidado.
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“Optamos por estar na vanguarda das boas práticas do segmento. Para isso, fomos buscar diversas certificações, como ISO, SA 8000, e todas mais que acreditamos ser importantes para a empresa. Foi assim que reforçamos o nosso alicerce para começar a expandir”, diz Janete.
Em 2005, a rede de laboratórios Sabin somava 28 unidades; em 2009, o número havia crescido para 61. Ao vislumbrar o potencial de ampliação para todo o país, Janete e Sandra foram buscar apoio técnico na Fundação Dom Cabral, em 2010. “Passamos 2 anos estruturando o crescimento orgânico. Optamos por fazer as coisas com calma. A partir de 2012, seguimos com a meta de inaugurar uma unidade a cada 2 meses”, lembra.
Liderança feminina
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Hoje, a rede de Laboratórios Sabin soma 356 unidades, estando presente em 16 estados e 78 cidades. São mais de 7 mil colaboradores – sendo 77% mulheres. Janete e Sandra seguem acompanhando a operação por meio de participação no Conselho de Administração. Em 2014, a presidência do grupo foi assumida por Lídia Abdalla, executiva contemplada pelo plano de carreira da instituição.
“O Sabin tem 74% dos cargos de liderança ocupados por mulheres. O negócio segue com as mesmas diretrizes: queremos que os colaboradores tenham realização na vida pessoal e profissional. Por isso, prezamos por um ambiente de trabalho bom para todos, e que também facilite a vida da mulher que é mãe”, diz a empresária. Não por acaso, o Grupo Sabin foi reconhecido pelo instituto Great Place to Work como um dos melhores lugares para trabalhar no Brasil.
Finanças pessoais
Como diretora do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Distrito Federal (IBEF), Janete alimenta o interesse pela gestão das finanças empresariais, sempre em busca de inovações e novos caminhos.
No entanto, quando se trata de finanças pessoais, a empreendedora não carrega a mesma carga de ousadia que dedica à empresa. “Sou superconservadora, não gosto de tomar riscos”, conta. Janete lembra que um dos momentos mais desafiadores na relação com o dinheiro aconteceu durante a sua separação, depois de 35 anos de casamento.
“Foi um momento delicado, de perdas materiais. Mas lidei bem com a situação e dei a volta por cima. Me casei de novo, e digo com convicção que, do alto dos meus 69 anos, entendo que só conheci a felicidade na terceira fase da vida, e isso me inspira todos os dias”, diz.
Sobre as aplicações financeiras, Janete mantém algumas iniciativas pontuais. “Um dos nossos maiores investimentos foi em um negócio de embalagens que os meus filhos administram. Tenho vontade de explorar um pouco mais o mercado de capitais. Talvez este seja um ano bom para isso”, diz.