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(Bloomberg) — Uma batalha subterrânea está sendo travada nas profundezas do segmento de fundos negociados em bolsa dos EUA e alguns dos maiores nomes de Wall Street estão sendo derrotados.
Bancos como o Goldman Sachs Group desistiram de uma modalidade outrora lucrativa de formação de mercado, diante de uma avalanche de regulamentos que acabou com as margens de lucro. Firmas mais ágeis – as chamadas negociadoras de alta frequência – preencheram o espaço.
Essas organizações rápidas têm tecnologia para passar na frente dos bancos. O mercado de fundos negociados em bolsa (exchange-traded funds ou ETFs) nos EUA superou a marca de US$ 3 trilhões em ativos e as negociações dispararam. Comprar e vender esses produtos tão populares ficou bem mais fácil para investidores individuais e institucionais. Porém, um mercado no qual os investidores de varejo têm 60 por cento de participação foi parar nas mãos de firmas sujeitas a menos regulamentações.
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“Mudanças regulatórias recentes levaram muitos bancos a reavaliar suas diversas linhas de negócios, entre elas a negociação e formação de mercado para ETFs”, explicou David Mann, responsável global por mercados de capitais de ETFs na Franklin Templeton. “Isso permitiu que as firmas menores focassem somente em prover liquidez em ETFs a fim de ganhar market share.”
Ao longo dos últimos anos, os negociadores de alta frequência, que antes faziam transações discretas com ETFs, passaram a supervisionar a maior parte do mercado. Na plataforma NYSE Arca, que hospeda a maioria dos ETFs nos EUA, 83 por cento dos fundos escolheram uma firma eletrônica para formação de mercado, em vez de um banco ou corretora tradicional.
Por exemplo, a IMC, sediada em Amsterdã, era a principal formadora de mercado de 125 ETFs da NYSE Arca em 4 de outubro, vindo de apenas um fundo 17 meses antes. Também crescem a passos largos Jane Street Group, Flow Traders e Latour Trading. Já a Citadel Securities estuda entrar no ramo.
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Enquanto isso, o Goldman Sachs se distanciou ao longo do último ano e meio, abrindo mão de mais de 300 dos 359 fundos listados na NYSE que atendia anteriormente, segundo dados da bolsa. Entre os fundos dos quais o Goldman desistiu está o Guggenheim S&P 500 Equal Weight ETF, com US$14 bilhões em ativos, que foi parar nas mãos da IMC.
O Goldman Sachs vinha tentando sair do negócio há algum tempo porque os ganhos não compensavam as obrigações, de acordo com uma pessoa a par do assunto que pediu para não ser identificada porque os detalhes são privados. Tiffany Galvin-Cohen, uma porta-voz do Goldman Sachs, declarou que o banco “permanece comprometido com o atendimento aos clientes como formador de mercado ativo no ramo de ETFs”.
Maiores limitações
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Os principais formadores de mercado são os pilares de um fundo negociado em bolsa, ao definir o preço que os investidores pagam para negociar o ETF em uma bolsa de valores. Essas organizações têm obrigação de divulgar o preço mais atraente para um investidor comprar ou vender aquele fundo de acordo com os lances. Em troca, recebem uma comissão da bolsa que hospeda o ETF.
No passado, os bancos se beneficiavam tanto quanto outras firmas desse modelo, mas a crise financeira mudou as condições de jogo. Com as novas regras elaboradas para garantir que os bancos tenham capital para sobreviver a períodos difíceis, essas instituições são obrigadas a separar mais capital para cobrir transações, limitando a margem de manobra das mesas de negociação.
Já a nova guarda não lida com as exigências de capital que sobrecarregam os bancos e pode empregar tecnologias de alta velocidade e algoritmos complexos para realizar milhões de transações todos os dias.
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Versão em português: Patricia Xavier em Sao Paulo, pbernardino1@bloomberg.net.
Repórteres da matéria original: Rachel Evans em N York, revans43@bloomberg.net, Annie Massa em N York, amassa12@bloomberg.net.
Para entrar em contato com os editores responsáveis: Nick Baker, nbaker7@bloomberg.net, Nikolaj Gammeltoft, ngammeltoft@bloomberg.net.
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