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Quem acompanha de perto os extratos dos investimentos deve ter levado pelo menos um susto ou dois em algum momento nas últimas semanas.
Os reflexos da guerra na Ucrânia, os efeitos da elevação dos juros nos Estados Unidos e as questões internas do Brasil – como a aproximação das eleições presidenciais – ampliaram a volatilidade dos mercados.
Esses soluços pesam no bolso, e por vezes colocam à prova as convicções dos investidores. Para alguns, apenas preservar o capital pode se tornar o principal objetivo nesses momentos.
Esse parece ser o caso do leitor Nelson, que escreveu para o InfoMoney em busca de orientações sobre como construir uma carteira “estável” para os momentos de volatilidade.
Nelson e os demais assinantes da newsletter do InfoMoney receberam a explicação de Carolina Taira, gestora de portfólios da Azimut Brasil Wealth Management, na última edição da newsletter do InfoMoney.
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Batizadas InfoMoney Reponde, as edições das sextas-feiras são sempre dedicadas a tirar as dúvidas dos investidores. Confira:
• Diante do cenário de volatilidade dos mercados, meu perfil de risco – que era arrojado – passou para moderado. Mesmo assim, os resultados dos meus investimentos estão muito aquém dos meus objetivos. Qual é a distribuição ideal das aplicações para ter desempenho, pelo menos, estável?
Nelson B.
Quem já está familiarizado com os mercados sabe que momentos de crise e volatilidade são recorrentes.
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Sabe também que é exatamente nessas ocasiões que as cotações dos ativos – das ações aos títulos públicos – costumam deixar de refletir os preços considerados “justos”.
Para quem chegou há menos tempo ao mundo dos investimentos, os solavancos podem doer mais. Por isso, alguns passos são importantes para dormir tranquilo, apesar das intempéries financeiras.
Definir o horizonte de investimento é um deles. Quanto mais curto é o alvo, menos flexibilidade existe para investir em ativos de risco. “Somente com um horizonte de investimento de longo prazo as teses que compõem o portfólio tendem a se comprovar e os preços vão chegando mais próximos ao seu valor justo”, diz Carolina.
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E mesmo com um horizonte de longo prazo, algumas teses podem não se comprovar – seja porque elas precisam de mais tempo para maturar ou porque acontecimentos inesperados mudam o cenário inicialmente esperado.
Por isso, montar uma carteira diversificada, formada por bons ativos, é outro passo relevante. “A diversificação mitiga esse risco e a seleção de bons ativos aumenta a probabilidade de sucesso das teses de investimento”, afirma a gestora.
Tão importante quanto esses dois passos é entender o perfil de risco de cada um. Como você se sentiria se sua carteira desvalorizasse 10%? Qual seria sua reação se, precisando levantar dinheiro, não pudesse contar com uma aplicação com carência de resgate?
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Segundo Carolina, no caso do leitor Nelson, é possível que a insatisfação com a performance e a mudança no estilo dos investimentos resultem de um perfil de risco não adequado, de um horizonte de tempo curto, de uma carteira pouco diversificada ou de ativos selecionados de forma equivocada.
Para ter uma carteira estável, não há muitas opções além de alocar os recursos somente em renda fixa pós-fixada, segundo Carolina, especialmente agora que a taxa básica de juros – a Selic – já alcançou 11,75% ao ano, e promete seguir além. Títulos públicos, como o Tesouro Selic, são ativos de baixo risco e volatilidade e, no momento, com retorno acima da inflação.
Para Carolina, no entanto, uma carteira para investidores de perfil moderado deveria conter outros ativos. “De modo geral, recomendamos 11% de alocação em renda variável, 26% em fundos multimercado e 63% em renda fixa”, sugere.
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Para a alocação em renda variável, a sugestão é buscar bons fundos de investimento de gestores experientes. “Não recomendamos alocação em criptomoedas por enquanto”, diz.
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