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A disparada das taxas mais longas dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) para além dos 5% assustou o mercado em outubro, mas gestoras começaram a ver, nos últimos dias do mês, os primeiros sinais de reversão e de esgotamento desse movimento.
Em carta divulgada na última sexta-feira (10), a Verde Asset Management avalia que a subida das taxas mais longas nos Estados Unidos parece ter ajudado o trabalho do Federal Reserve (Fed, banco central americano), ao apertar ainda mais as condições financeiras.
Após meses marcados por dados que mostravam uma economia mais pujante, a Verde afirma ver agora “evidências” de que o crescimento da economia americana “não deve se sustentar”, inclusive no mercado de trabalho.
Essa visão provocou mudanças na alocação em juros. Na carta, a gestora conta que iniciou uma posição aplicada (que se beneficia do recuo) na parte longa da curva dos Estados Unidos. Por outro lado, manteve exposição aplicada no juro real americano.
Alterações também ocorreram na Ibiuna Investimentos. Em carta divulgada no começo deste mês, a gestora afirmou que estava “cautelosamente” voltando a montar posições aplicadas em juros de países desenvolvidos e emergentes, que apresentam perspectiva de queda ou de início de cortes até o fim deste ano.
A casa, porém, não detalhou os países em questão. “Dados de atividade e de inflação nos próximos dois meses serão soberanos e confirmarão ou não se ‘agora vai’, o que poderia abrir espaço para um ambiente de investimentos pró-risco mais duradouro ao final deste ano e no início de 2024”, afirmou a casa.
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Quem também modificou a alocação em juros foi a Legacy, que, em carta mensal, destacou que o cenário atual favorece a inclinação da curva de juros nos Estados Unidos, posição que a gestora buscaria reestabelecer.
Segundo a Legacy, os últimos dados sugerem uma desaceleração da economia americana e reforçam sua expectativa de que o ritmo da atividade modere à frente. Nas projeções da gestora, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve passar dos 4,9% registrados no terceiro trimestre para algo entre 1,5% e 2% no quarto trimestre deste ano.
“A desaceleração dos EUA, se materializada, poderá contribuir para um ambiente globalmente mais favorável a juros, tendo em vista que a maior parte das economias restantes do G10 já se encontra em uma fase de maior fraqueza em seus ciclos”, observou a Legacy no documento. Com a economia “praticamente estagnada”, o Banco Central Europeu (BCE), por exemplo, dificilmente voltará a subir juros, na avaliação da gestora.
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Aumento da exposição em ações
A passagem de setembro para outubro também trouxe mudança nas alocações em ações dentro de algumas carteiras. A Verde, por exemplo, conta que voltou a aumentar a exposição ao mercado acionário global.
A alteração, porém, não foi seguida por Ibiuna e Legacy, que preferiram manter a exposição a ações brasileiras em outubro