Verde reduz bolsa Brasil e EUA, diante de Trump imprevisível e Lula impopular

Por outro lado, as posições em inflação implícita diferem entre os dois mercados: zerada nos EUA, comprada no Brasil

Paulo Barros

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A gestora Verde Asset Management, do renomado gestor Luís Stuhlberger, reduziu o risco de seu principal fundo em fevereiro, diante do aumento do grau de incerteza global que causou turbulências do mercado, e da antecipação do cenário eleitoral no Brasil em meio à queda brusca e “inesperada” de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em carta a investidores, a casa diz que reduziu significativamente sua exposição líquida em ações, tanto no Brasil quanto no exterior, em reflexo à dificuldade de prever as oportunidades locais, assim como as tendências de mercado e o impacto das recentes mudanças políticas e tarifárias nos Estados Unidos.

Lá fora, a gestora reforça que o cenário global segue incerto, com um aumento no volume de “ruído” econômico desde a posse do presidente Donald Trump nos EUA. A adoção de medidas tarifárias agressivas por parte do governo americano adicionou complexidade às cadeias de suprimento globais, gerando dúvidas sobre o crescimento econômico.

Localmente, a Verde oscilação entre a influência positiva dos mercados globais e os desafios internos, o que alimenta cautela. “Com custo de oportunidade tão alto, temos que ser cuidadosos em não nos posicionar cedo demais”, afirma a gestora.

O fundo também zerou suas posições em inflação implícita nos EUA, demonstrando cautela em relação às perspectivas da economia americana. No Brasil, no entanto, o Verde voltou a assumir posição comprada em inflação implícita e iniciou uma pequena posição tomada na parte longa da curva de juros.

Em relação às moedas, a gestora manteve uma posição comprada no dólar frente ao real. O fundo também manteve sua alocação em criptoativos, posição comprada em petróleo e exposição a crédito high yield local e global.

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Em fevereiro, o fundo Verde entregou retorno de 0,55%, contra 0,99% do CDI. No acumulado do ano, cotistas veem rendimento de 2,20%, ante 2,00% do benchmark da classe.

Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas