Verde reduz aposta na Bolsa brasileira enxergando alta do prêmio de risco do país

Segundo carta da gestora, os ganhos em maio vieram das posições compradas em dólar e em bolsa global

Monique Lima

Luis Stuhlberger, gestor da Verde Asset, durante a Expert 2019. Foto: Divulgação
Luis Stuhlberger, gestor da Verde Asset, durante a Expert 2019. Foto: Divulgação

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A aposta da Verde na Bolsa brasileira diminuiu novamente. A gestora de Luis Stuhlberger reduziu sua posição em empresas locais de 10%, em abril, para 7,5%, em maio, enquanto aposta no mercado internacional. Segundo carta da gestora, divulgada nesta terça-feira (11), os ganhos em maio vieram das posições compradas em dólar e em bolsa global. Já as perdas “vieram da exposição em ações no mercado local”, de acordo com a carta.  

Na avaliação da gestora, o mercado brasileiro segue em uma trajetória de aumento de prêmio de risco que está penalizando os ativos locais. “A política fiscal se mantém refém de um Executivo que não quer parar de gastar e de um Legislativo que sinaliza não querer entregar mais novas receitas. Deste conflito, nascem os altos prêmios de risco dos ativos brasileiros”, diz a carta. 

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Mas o fundo também considera que o cenário externo não é dos melhores. A busca constante pelo início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos mantém o mercado reagindo de forma muito intensa a qualquer ruído nos dados.  

Segundo a Verde, essa incerteza tem mantido os investidores focados no curtíssimo prazo, dificultando a convicção para investimentos mais longos.  

Ainda assim, para a gestora, o mercado brasileiro de renda variável depende cada vez mais de “uma melhora do humor externo” para performar melhor, visto que os fatores locais “não dão sinais positivos”.  

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Meses atrás, Stuhlberger classificou os títulos de inflação como “insanos” devido ao elevado juro real de 6% pago no Tesouro IPCA+. Essa continua sendo uma aposta da Verde no mercado local.  

“O país conseguiu a incrível proeza de ter taxas de juros reais mais altas hoje do que quando o BCB [Banco Central do Brasil] começou seu ciclo de cortes em agosto do ano passado”, diz a carta aos investidores. 

O Verde também mantém sua posição em juro real dos EUA, além de bolsa americana. Outras posições são na Rúpia indiana, financiada por posições vendidas no Euro, no Franco suíço, no Renminbi chinês e no Dólar de Taiwan.  

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A pequena alocação em petróleo permanece, assim como nos títulos de crédito high yield local e global.  

Em maio, o fundo Verde apresentou retorno de 2,53%, contra 0,83% do CDI. No acumulado do ano, os ganhos são de 0,73%, contra 4,40% da taxa de referência. 

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