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SÃO PAULO – O ajuste das contas públicas foi o que impulsionou os ganhos da Bolsa no país desde 2016. Agora, a alta virá do aumento do lucro das companhias. A visão é de Pedro Sales, gestor de ações da gestora Verde, uma das maiores do país.
“Deixamos de ser um país insolvente. Antes de 2016, os preços refletiam um cenário em que o Brasil iria quebrar”, afirmou o gestor, em evento promovido pela Icatu nesta quinta-feira (28).
O principal cenário da Verde para o Brasil é de juros baixos – de 2%, descontada a inflação – no longo prazo e retomada da atividade econômica. Nesse ambiente, as empresas deverão entregar bons resultados e dar suporte a novas altas na Bolsa, diz Sales.
O Ibovespa, principal índice brasileiro de ações, caminha para fechar pelo quarto ano seguido com valorização de dois dígitos. “Nossa visão é que é um ótimo momento para investir na Bolsa. Prova disso é que nossos fundos de ações hoje estão mais de 90% alocados em Bolsa, quando no passado já estiveram em 50%”, afirmou o gestor.
Sales avalia que a redução dos gastos públicos vai possibilitar que os juros permaneçam em níveis baixos, também com a perda de força da inflação. “As empresas devem ter crescimento de receita sem aumento de custos. E, com juros baixos, a margem líquida é ainda mais forte. Obviamente, é preciso identificar bem que empresas são essas”, destacou.
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No mesmo evento, Marcos Molica, sócio da gestora Opportunity, definiu sua avaliação para o país como um “otimismo cauteloso”. Isso porque, apesar de um cenário doméstico promissor, o exterior apresenta riscos relevantes.
Ainda assim, ele afirma que a aposta do Opportunity Total, principal fundo multimercado da casa, antes em juros, passou a ser em ações. “Tivemos um primeiro ciclo da forte queda de juros e, como reflexo, a alta da Bolsa. Agora estamos entrando no ciclo com os efeitos dessa queda”, disse Molica.
Para ele, a economia começa a dar sinais de crescimento mais consistente, apesar das dificuldades em se avançar com as reformas.
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Já Fabiano Rios, sócio da Absolute Investimentos, diz que uma eventual recessão no exterior preocupa, mas que o cenário mais provável é de crescimento global moderado, apesar de abaixo do potencial. “Esse crescimento vai durar mais por ser moderado, em relação ao passado”, disse o gestor, também presente no evento.
Sobre a Bolsa brasileira, Rios acredita que ela deve se beneficiar ainda da migração de recursos para a renda variável. “Ainda há uma migração para a Bolsa, o volume de recursos deve crescer significativamente”, afirmou.
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