Veja como investir bem para encarar a crise

Brasil com corte de rating, economia estagnada, crise política... é hora de procurar um meio de sobreviver a essa tormenta

Lys Silva

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SÃO PAULO – O cenário brasileiro não é muito animador. Os investidores ainda estão digerindo o fato do país ter tido sua nota rebaixada pela S&P, a economia interna patina, cortes são anunciados pelo governo, há ameaça da volta da CPMF e a crise política, com pedidos de impeachment de tempos em tempos, parece não ter volta.

Com tal pano de fundo, fica difícil para o investidor brasileiro saber que caminho seguir. Por isso, é importante que se saiba exatamente o que se quer fazer com o dinheiro para só então escolher o tipo certo de aplicação para enfrentar a crise.

Foi pensando nisso que a Órama criou a campanha Invista Contra a Crise em que, um dos principais objetivos, é fazer com que o investidor descubra que comportamentos simples elevam a rentabilidade dos investimentos. Um dos primeiros passos é pesquisar as taxas de administração dos fundos e criar o hábito de, assim como se compara preços nos shoppings e supermercados, fazer o mesmo na hora de investir.  

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Outro destaque dado pela consultora de investimentos da Órama Sandra Blanco é que, neste momento difícil do país, é importante o investidor saber exatamente o que quer fazer com o seu dinheiro, para só então escolher a aplicação. “A melhor forma é buscar informação e verificar entre os tipos de investimentos que se adequam ao seu perfil”, indica Sandra. 

Proteger-se no curto prazo
Quem busca segurança, mas não abre mão de liquidez imediata nem aceita oscilações, deve investir em fundos DI, desde que estes tenham taxas abaixo de 1% ao ano, como destaca a boutique de investimentos Órama.

“O Investidor tem que procurar fundos DI de liquidez ou resgate em D0 ou até D+1 para aproveitar as oportunidades e poder resgatar a quantia investida em curto prazo. Assim é possível evitar danos na carteira caso o governo continue a enfrentar dificuldades em ajustar as contas públicas, o que afetaria os Títulos Públicos”, explica Alexandre Mourani, assessor de investimento da Severa Investimentos.

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Driblar a inflação
Os fundos que acompanham o IPCA são os mais recomendados para se proteger da inflação.

“Para o longo prazo, a sugestão é o Tesouro IPCA. Com a piora na avaliação da política fiscal, este papel está com prêmios interessantes para o investidor que deseja alocar seus recursos para prazos mais longos. A remuneração real estará garantida e, ao mesmo tempo, o investidor estará se protegendo da inflação do período”, explica Flávio Samara assessor de investimentos da W1 Finance. “Lembrando que o investimento no Tesouro Direto é feito através de corretoras e tem os custos básicos da taxa CBLC (0,30% ao ano) e o IR. Algumas corretoras cobram uma taxa de corretagem adicional, então cabe ao investidor pesquisar quais não estão cobrando e abrir uma conta nesta corretora ou realizar uma transferência de custódia”, acrescenta.

Contudo, é preciso estar atento pois, alguns fundos possuem em suas carteiras títulos com prazos muito longos, o que pode gerar oscilações. “Vale ressaltar que este título tem uma volatilidade de curto prazo e o atual cenário de incertezas políticas tem tornado esta volatilidade maior ainda. Portanto, este investimento deve ser feito pensando no médio/longo prazo para evitar perdas decorrentes de um resgate feito em um momento de baixa no preço do título”, conclui Flávio.

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Valorizar o patrimônio
Apesar da instabilidade econômica, há os que objetivam valorizar o patrimônio. Para estes uma indicação para atingir esse objetivo em curto prazo é o Tesouro Selic. “Aplicações nesta categoria se mostram vantajosas, primeiro pela taxa básica estar em 14,25% e por prevaler a percepção de manutenção neste patamar ao longo do próximo ano. Considerando que a inflação tende a desacelerar em 2016, significará que o juro real pago pelo Tesouro Selic estará aumentando no mesmo período. E, dada sua característica cumulativa, o investidor não perderá dinheiro caso tenha que resgatar seu investimento para cobrir alguma urgência”, indica Samara.

Já a médio e longo prazo, as recomendações se mostram mais sofisticadas “O investidor deve procurar por Fundos Cambiais, operações estruturadas com ativos internacionais, ações com foco em exportação ou, dependendo do perfil do investidor, fazer hedge com dólar futuro da carteira sem alavancagem”, explica Alexandre.

Cuidar do futuro
Quem quer cuidar do futuro deve investir no médio prazo e fazer reservas. O cenário favorece aplicações em títulos de renda fixa com prazos mais longos e alta rentabilidade como CDBs, LCIs e LCAs, já que o rendimento líquido destas aplicações costuma ficar acima de 1% ao mês.

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“Esta é a melhor forma para aquele investidor que não gosta de oscilações na carteira e quer diversificar, pois, com os CDBs LCIs E LCAs dentro do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que assegura o valor de R$ 250 mil por emissor, o cliente pode, através de uma corretora, comprar títulos privados de diversos emissores diluindo o risco em caso de inadimplência em razão de uma crise mais severa”, indica Mourani.

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