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O dólar abaixo de R$ 5 neste início de 2024 pode levar investidores a considerar a aumentar aportes no exterior ou iniciar a internacionalização de investimentos. O estímulo do câmbio pode parecer positivo, mas especialistas alertam: a alocação em outros países deve deve ser estrutural, ou seja, menos por conta da cotação do dia, e mais por conta de objetivos financeiros e perfil de risco de cada um.
Deixar uma parte do patrimônio em moeda forte é uma estratégia de diversificação que reduz o risco da carteira, ressalta Caio Fasanella Kairalla, head de investimentos na Nomad. “O principal racional da internacionalização dos investimentos é a diversificação e não ter uma concentração de risco em um país ou moeda. Esse é o pano de fundo”, diz.
A cotação do dólar tem se mantido abaixo dos R$ 5 desde o final de outubro. Na quinta-feira (11), a moeda fechou a R$ 4,87 e a previsão do último boletim Focus, do Banco Central, é que vá terminar 2024 a R$ 5, sinalizando um ano de menor volatilidade.
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Além da diversificação regional, internacionalizar a carteira é importante pela tendência de moedas como o dólar se fortalecerem mais que o real no longo prazo, destaca o diretor do Inter Invest, Felipe Bottino. Desse modo, o brasileiro pode mirar rendimento que combine a valorização do ativo e o comportamento da moeda, desde que esteja disposto a esperar.
“A gente vê uma correlação muito grande com os movimentos da moeda. Isso chama mais a atenção. Mas mesmo que o dólar tivesse um pouco mais alto, é fundamental [internacionalizar] para ter uma alocação diversificada”, reforça.
Quando e quanto investir?
Segundo especialistas, a alocação em outras moedas pode ser iniciada pelo investidor que já tenha uma reserva de emergência e tenha objetivos de médio prazo (5 anos). O tamanho do investimento depende do perfil do investidor. Para Kairalla, da Nomad, pode alcançar até 20% da carteira total. Já para Bottino, no Inter, de forma geral, o ideal é manter os investimentos no exterior com um peso entre 20% a 30% do patrimônio.
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Como levar dinheiro para fora
Tomada a decisão de aplicar em outro país, é possível começar por meio de uma conta internacional, que permite fazer transações de câmbio para investir diretamente nos ativos estrangeiros. Em geral, o processo de abertura é pouco burocrático, e requer a apresentação de documentos básicos de identificação e declaração de imposto de renda.
Mas é preciso ficar atento às taxas: além do IOF de 0,38% sobre a operação de câmbio, é preciso observar a variação do dólar em relação ao câmbio comercial (spread), que pode ser de 1,5% a 4,5%.
Já a tributação dos rendimentos depende do produto escolhido. E quando os bens fora do Brasil ultrapassam US$ 100 mil em 31 de dezembro de cada ano, é preciso informar a Receita Federal.
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Em que investir no exterior?
Para Kairalla, o investidor mais conservador, que busca proteção, tem como principal alternativa de investimento os títulos do Tesouro americano (Treasuries), com preferência pelos vencimentos mais curtos, que servem para dar liquidez no exterior em um momento que as taxas estão elevadas. No entanto, o executivo afirma que o prazo entre três e cinco anos também é interessante.
Já para os investidores com maior apetite por risco, o executivo sugere papéis das empresas ligadas aos avanços da inteligência artificial, energia renovável e biotecnologia. Mas um ETF (fundo de índice) de S&P 500, que possuem um valor mínimo de aplicação baixo e alta liquidez, já seria um bom início de alocação para a maior parte dos investidores de varejo, opina Bottino, do Inter.
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Para quem vai investir no exterior, Thiago Guedes, diretor da Bridgewise, afirma que o racional de investimento é similar ao que é feito para os investimentos locais, com a diversificação da carteira entre produtos de renda fixa e variável. “Os juros nos Estados Unidos estão no maior patamar em quase 20 anos, mas vão começar a cair. É o momento de aplicar em títulos a uma taxa interessante”, diz.
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