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Vai tomar crédito nos EUA? Como obter “credit score” para provar que tem nome limpo e é bom pagador

Imigrantes precisam construir histórico nos Estados Unidos para conseguir acesso a empréstimos com juros mais baixos

Ana Paula Ribeiro

(Foto: Divulgação/Pixabay)
(Foto: Divulgação/Pixabay)

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Quem vai morar nos Estados Unidos, definitiva ou temporariamente, pode se deparar com a necessidade de tomar crédito em algum momento. Diferentemente do Brasil, onde ter o “nome limpo” costuma ser suficiente para ter acesso a linhas de empréstimo, a maior parte das operações lá fora demanda apresentar o chamado credit score, indicador sobre o comportamento em relação aos pagamentos que um residente faz ao longo da vida.

A boa notícia é que um imigrante pode construir esse histórico em solo americano. A má: não é algo tão rápido assim para conseguir.

O credit score é uma pontuação que tenta refletir a capacidade de pagamento de um indivíduo, analisada pelas instituições financeiras quando alguém faz um pedido de empréstimo. Em geral, varia de 300 a 850. Quanto mais alta, mais fácil é o acesso ao crédito – e, em tese, melhores taxas o residente irá conseguir.

As três principais empresas que atuam nessa área são a Equifax, Experian e TransUnion, que coletam e analisam os dados de crédito dos consumidores residentes nos Estados Unidos. Algumas delas, aliás, atuam também no Brasil, como a Serasa Experian e a Equifax, que é dona da Boa Vista.

Ter contas de consumo – celular, gás, energia elétrica, entre outras, fazer pedido de cartão de crédito com garantia e quitar todos os compromissos em dia são os primeiros passos para quem está morando no exterior começar a formar o seu histórico de bom pagador.

Fernanda Guardian, sócia-fundadora da Guardian Trust, explica que o melhor para o imigrante é pedir um Social Security Number (SSN), um documento de identificação nos Estados Unidos similar ao CPF brasileiro. As informações do indivíduo ficam atreladas a esse número.

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“A construção de um bom histórico de crédito leva tempo e requer consistência nos pagamentos e gerenciamento das finanças pessoais. Não é imediato, mas é possível ter algumas melhoras”, diz.

Com o SSN, o recém-chegado precisa pedir um secured credit card, que é disponibilizado por diferentes emissores. Na prática, funciona como um cartão pré-pago, em que o limite está limitado a um depósito feito anteriormente. Ao pagar as faturas desse cartão em dia, o indivíduo ganha mais pontos.

O mesmo vale para as contas de consumo. Embora não sejam operações de crédito, as empresas de informações financeiras fazem a coleta dos pagamentos desses serviços.

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“Manter contas de serviços em geral em dia contribui para credit score, mesmo que algumas prestadoras reportem só os casos de inadimplência”, explica.

Caso o imigrante tenha parentes ou amigos que já morem nos Estados Unidos e possuam um bom histórico de crédito, o recém-chegado pode pedir para ser um “usuário autorizado”, o que significa que ele se beneficiará de parte do bom histórico de crédito dessa pessoa.

Atenção com o limite

Para a Experian, a construção desse histórico de crédito também pode começar pela solicitação de cartões de crédito de emissores menores tradicionais. Nesses casos, os limites serão baixos e a taxa de juros, elevada, mas é uma forma de ajudar a alimentar os dados nos Estados Unidos.

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Mas atenção: no início, o ideal é ter apenas um cartão, já que a solicitação de vários simultaneamente também pode ser mal interpretada pelos serviços de análise de crédito.

Outra dica é não utilizar todo o limite do cartão. A taxa de utilização (percentual do limite que está sendo usado) é uma das informações que ajudam a formar a pontuação de crédito. Segundo a Experian, o melhor é que fique abaixo de 30%. Equivaleria a compras de US$ 300 em um cartão com limite de US$ 1.000, por exemplo.

Caso isso não seja possível, a dica é fazer pagamentos ao longo do mês para a taxa de utilização ser mantida baixa.

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Outra alternativa é o credit-builder loan, que tem uma lógica parecida com o cartão pré-pago. Nessa linha de empréstimo, o dinheiro fica em uma conta e, conforme o empréstimo é pago, há uma melhora da pontuação. Essa linha é mais comumente encontrada em bancos regionais e cooperativas de crédito.

Caso o imigrante vá alugar um imóvel, é importante checar se a administradora reporta os pagamentos às empresas que compilam os históricos de crédito. Se não reportar, o cliente pode contratar esse serviço, o que também o ajudará a melhorar mais rapidamente a sua pontuação, a exemplo do que já ocorre com as contas de consumo.

Ao construir esse histórico de crédito, o imigrante poderá ter, no futuro, acesso a taxas de juros mais baixos. Isso ocorre inclusive para quem tem financiamentos de imóveis. As linhas para não-residentes ou recém-chegados costumam ter juros mais elevados. No entanto, passado um período, é possível pedir uma renegociação e será observado o credit score no período, garantindo ao imigrante as mesmas taxas de juros disponíveis aos residentes.