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A maior economia do mundo, que detém as principais empresas, o mercado de capitais mais desenvolvido e impacta todos os outros países, tem seus rumos considerados incertos e de difícil previsão, o que impacta qualquer investimento internacional. Esta é uma das conclusões sobre os Estados Unidos e investimentos no exterior que especialistas destacaram no Onde Investir 2025, evento promovido pelo InfoMoney entre os dias 14 e 16.
Em 20 de janeiro, Donald Trump assume o comando da Casa Branca pela segunda vez e os mercados estão em compasso de espera para ver se o republicano terá um mandato mais moderado ou se vai cumprir todas as promessas de grande impacto na economia, como tarifas de importação de até 60%, fechamento da fronteira para imigrantes e corte de impostos para pessoas físicas e jurídicas.
Diante desse cenário, foi possível acompanhar 5 pontos cruciais para quem está se organizando para investir lá fora em 2025.
1. EUA devem ser o grande vencedor, por enquanto
Rodrigo Azevedo, ex-diretor do Banco Central (BC) e gestor de fundos da Ibiuna Investimentos, diz que “os mercados estão preparados para uma estratégia de choque”, ou seja, esperando um Trump que cumpre as promessas de campanha. Para ele, é difícil que o republicano não siga na direção do que diz, “o que deve favorecer a economia dos Estados Unidos contra seus pares na Europa e emergentes”.
O protecionismo americano deve impulsionar a cotação das ações nos EUA. “Vai ser bom para os lucros e a perspectiva é de ganhos de 10% a 15%, Paulo Leme, chairman do Comitê Global de Alocação da XP Advisory.
2. Sinal de alerta para países emergentes
Se você pensa em investir em países que ainda não são considerados desenvolvidos, como China, Índice, México e Coreia do Sul, pode querer ouvir as palavras de Leme: “a mistura de políticas do Trump é a pior possível para emergentes. Eles perderão espaço para cortar juros, verão as taxas longas subindo e teremos fluxo de capital indo para os EUA por crescimento e renda fixa, o que gera apreciação do dólar e desvalorização de todas as moedas emergentes”.
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3. Prepare-se para a volatilidade
O chairman do Comitê Global de Alocação da XP Advisory também alertou para as incertezas que Donald Trump representa na geopolítica e seus impactos nos investimentos. “O padrão Trump é gerar muito ruído e desestabilizar” para, então, ter uma negociação rápida que o beneficie. Porém, “um erro de cálculo em algum lugar do mundo, como em Taiwan, por exemplo, pode levar a consequências imprevisíveis”.
Por este motivo, apesar de não gostar da renda fixa americana atualmente, ele recomenda ter exposição à classe. Os treasuries podem servir de proteção em cenário extremos.
4. Cenário é bom para ganhos de curto prazo
Enquanto o mercado não sabe o que esperar no longo prazo, os day traders enxergam que o governo Trump cria um “cenário perfeito” para investimentos de curto e médio prazo, segundo Martha Matsumura, analista de investimentos da XP.
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Roberto Indech, head relações Institucionais de Renda Variável da XP, concorda que a posse do republicano tende a trazer volatilidade aos mercados, mas lembrou que “é justamente isto que o day trader quer”.
5. Nem só de EUA vive a carteira internacional
Ao falar sobre a exposição de 10% a Taiwan na Arbor Capital, Leonardo Otero, fundador da gestora, argumentou que é importante olhar para outras economias para mitigar os riscos que investir em apenas uma geografia traz.
Além disto, a perspectiva ruim para os emergentes pode ser uma oportunidade. “A Bolsa americana está muito quente, mas o resto do mundo está barato, se eu fosse investir no exterior, buscaria outras moedas”, disse Tiago Reis, presidente do Conselho do Grupo Suno.