USDC atinge US$ 6 bilhões em resgates mesmo após emissora recuperar depósitos do SVB

Criptomoeda recuperou paridade com o dólar na semana passada, mas traders continuam a fugir do ativo e dar preferência para rivais

Bloomberg

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Usuários continuam a resgatar tokens USD Coin (USDC), da Circle, em um ritmo maior do que as aquisições, mesmo depois que a empresa recuperou os depósitos que haviam ficado presos no Silicon Valley Bank (SVB) na semana passada.

Na segunda-feira (20), a stablecoin (criptomoeda indexada ao dólar) registrou US$ 738,6 milhões em resgates, enquanto a Circle emitiu menos de US$ 9 milhões do token na rede Ethereum, de acordo com dados da plataforma CryptoCompare.

No dia anterior, clientes resgataram US$ 23,3 milhões de USDC, enquanto a Circle emitiu US$ 231 milhões, mostram os dados. Desde o início de março, a Circle queimou (retirou de circulação) cerca de US$ 12,2 bilhões em USDC, enquanto emitiu cerca de metade disso na Ethereum, descobriu a CryptoCompare.

Os funcionários da Circle não responderam a um pedido de comentário sobre os resgates.

Os problemas da Circle começaram após o fechamento do Silicon Valley Bank, onde o emissor de stablecoin mantinha US$ 3,3 bilhões de suas reservas. O dinheiro serve como parte do lastro do USDC, que paridade com o dólar. Por cerca de 36 horas, a USDC perdeu sua indexação e caiu para 85 centavos de dólar. A moeda, no entanto, recuperou seu valor desde que a Circle retirou o dinheiro e o transferiu para novos parceiros bancários em 13 de março.

No entanto, usuários da USDC continuaram a despejar o token no mercado. Desde 13 de março, os investidores resgataram US$ 5,76 bilhões em USDC no Ethereum, enquanto a Circle emitiu cerca de US$ 874 milhões em stablecoin, de acordo com dados da CryptoCompare.

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Parte do motivo pode ter sido a recente recuperação do mercado. Os comerciantes normalmente mantêm recursos em stablecoins durante períodos de queda e, em seguida, as convertem em outras criptomoedas quando os preços sobem. Ainda assim, a USDC foi impactada no último rali de forma desproporcional.

Enquanto a capitalização de mercado da USDC encolheu 17%, para US$ 35,3 bilhões desde o início de março, sua maior rival, Tether (USDT), aumentou mais de US$ 6 bilhões. Grande parte da alta da USDT ocorreu na última semana, depois que a situação do SVB foi resolvida e os mercados se recuperaram, com o Bitcoin ganhando cerca de 14% no período.

O despejo de tokens USDC também é visível em aplicativos de finanças descentralizadas (DeFi), que permitem aos usuários negociar, emprestar e tomar emprestado criptomoedas sem intermediários.

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Na bolsa Curve, especializada em stablecoins, um de seus pools de liquidez continua desequilibrado: ele deve conter saldos aproximadamente iguais de stablecoins USDC, USDT e DAI, mas desde que os problemas com a USDC começaram, a parcela de USDT passou a cair, e atualmente está em cerca de 9%

Com menos tokens depositados no pool, isso significa que o USDT tem maior demanda entre usuários, enquanto os traders estão saindo das outras stablecoins. Os pools de a Curve levam tempo para voltar ao equilíbrio, disse Henry Elder, head de finanças descentralizadas da Wave Digital Assets.

“As preocupações recentes sobre o fechamento de parceiros bancários parecem ter levado os usuários à USDT e outras stablecoins em vez da USDC”, disse Jacob Joseph, analista da CryptoCompare.

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Todo o dinheiro mantido como reserva para a USDC está agora com o BNY Mellon, afirmou o CEO da Circle, Jeremy Allaire, em entrevista à Bloomberg na semana passada.

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