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SÃO PAULO – Crédito em crescimento e inadimplência em movimento de queda são fatores que levaram o banco Brasil Plural a recomendar compra para as ações do setor bancário na bolsa brasileira. Mas essa recomendação iria pelos ares em um cenário: vitória de Fernando Haddad (PT) ou Ciro Gomes (PDT) nas eleições presidenciais.
“Apesar de as ações [de bancos] estarem parcialmente precificando a incerteza”, escreve o banco em relatório, “acreditamos que a primeira reação será uma queda abrupta [do preço das ações] através de um ‘cost of equity’ mais alto”. O ‘cost of equity’, ou custo de capital próprio, é a taxa que calcula o preço necessário para o mercado decidir se um investimento tem retorno de capital atraente – quanto mais alto, maior a compensação exigida pelo mercado (preço de risco) para considerar que o investimento em determinada empresa vale a pena.
No mais, os analistas recomendam o setor assumindo que a direita se eleja. “Nossos analistas continuam confiantes de que o ciclo de crédito está melhorando, com fortes concessões de crédito, crescimento de empréstimos em território positivo e inadimplência caindo”, escreve o Brasil Plural. “Em um cenário com Bolsonaro, achamos que bancos e outros nomes cíclicos (B3) podem rapidamente ser reclassificadas com custo de capital próprio mais baixo”.
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Em agosto, o crédito total cresceu 3,4% na comparação com o mesmo mês de 2017, alta de 1% ao mês. No entanto, se não fosse a queda dos empréstimos do BNDES, o sistema total teria crescido 6,2% na mesma base de comparação. A inadimplência (acima de 90 dias) permaneceu estável na comparação com o mês passado, mas caiu 0,7 p.p. em relação ao mesmo período de 2017, para 3%.
O melhor setor
A pesquisa eleitoral mais recentemente divulgada mostra vitória de Fernando Haddad em um segundo turno entre os dois candidatos mais bem colocados (ele e Bolsonaro). Neste caso, uma possível vitória da esquerda, os mesmos analistas apostam em oportunidade no setor de seguros.
A recomendação parte do pressuposto que a vitória de Haddad acarretaria em um aumento da taxa Selic – e essa categoria de empresas normalmente se beneficia de um cenário com alta dos juros.
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De maneira geral, seguradoras aplicam os prêmios recebidos em ativos atrelados à taxa de juros. Quando os prêmios rendem mais, o lucro dessas empresas é maior; no cenário inverso, a cobertura dos sinistros fica comparativamente “mais cara”, porque os saques representam montantes mais expressivos do caixa.
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