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“Tubarões” de Wall Street elegem o melhor da renda fixa para o 2º semestre; confira

Casas mexem nas carteiras para navegar volatilidade de olho em possível corte de juros este ano

Lucas Gabriel Marins

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Apesar das esperanças de alguns otimistas, o mercado já acredita que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) fará apenas um corte na taxa de juros em 2024 – e grandes investidores de Wall Street já começaram a fazer ajustes no portfólio de renda fixa para o segundo semestre.

Estrategistas sugerem que, com a possível queda dos rendimentos em meio ao corte nos juros, a ideia é proteger a carteira com ativos de renda fixa que ofereçam bons retornos para navegar a volatilidade dos próximos meses. Na prática, isso significa ir além dos títulos do Tesouro americano.

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Kathy Jones, estrategista-chefe de renda fixa da Charles Schwab, disse para a CNBC que está olhando para bonds corporativos e governamentais com grau de investimento, além de títulos com garantia hipotecária (MBS, na sigla em inglês) de seis a sete anos.

“Sabemos que os spreads são baixos [nos títulos com grau de investimento], mas não vemos um grande ciclo de inadimplência começando tão cedo que gere preocupação em perder principais ou em um grande rebaixamento [de nota de crédito]”, falou a especialista.

Kathy sugeriu a adoção da Estratégia Barbell, um formato de alocação que consiste em reservar metade da carteira para títulos de longo prazo e a outra parte para títulos de curto prazo. De um lado do portfólio, falou, ficariam os bonds com grau de investimento e, do outro, os MBS.

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Diversificação

Steven Oh, head global de crédito e renda fixa da PineBridge Investments, também aposta na Estratégia Barbell. Mas de um um lado da carteira, sugeriu ele, o foco deveria ser maior na diversificação de riscos, que “se estende a potenciais benefícios geográficos em ativos como o crédito privado de mercados emergentes”.

Entre os títulos citados em relatório estão ativos bancários, que ainda estão “na faixa de 9% a 10%” de retorno anual, títulos de dívida colateralizados (CLOs, na sigla em inglês) e títulos do mercado asiático, que “continuam a oferecer uma vantagem de spread atrativa, apesar de alguma compressão”.

“A nossa visão principal para o resto de 2024 é que os investidores não devem assumir uma postura hiperdefensiva, apesar dos valuations aparentemente elevados”, falou. O ideal é manter um “foco maior na diversificação dos riscos em uma extremidade enquanto olha além do dinheiro na outra”.

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Bonds municipais

Nem todas as casas seguem a mesma estratégia. Em relatório divulgado neste mês, o Wells Fargo disse que até olha para bonds corporativos com grau de investimento, classificados como neutros, mas os ativos preferidos do banco são os municipal bonds (bonds municipais).

Esses títulos municipais são instrumentos de dívida emitidos por governos locais para financiar as necessidades de uma determinada comunidade, como a construção de escolas, parques, rodovias, centros comunitários ou sistemas de esgoto.

“Os créditos municipais continuam a ter uma classificação média significativamente superior a das empresas com uma taxa de default (calote) muito mais baixa. Juntamente com suas vantagens fiscais e qualidade de crédito superior, os títulos municipais também continuam a superar as obrigações tributárias”, escreveu o Wells Fargo.