“Tubarão” de Wall Street comprou Bitcoin há 10 anos e mantém como sua maior aposta

Bill Miller foi um dos maiores gestores de fundos de Wall Street, mas sua maior aposta foi em seu portfólio pessoal: ele investiu 1% em Bitcoin quando ninguém ainda investia

Equipe InfoMoney

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Superar o índice S&P 500 nos Estados Unidos é um objetivo semelhante a superar o CDI no Brasil. São poucos os gestores que conseguem fazer isso com regularidade, e ainda menos os que conseguem repetir o feito por anos.

Mas foi exatamente isso que Bill Miller III conseguiu como gestor do Legg Mason Value Trust por 15 anos consecutivos, de 1990 a 2005. Apostas iniciais em ações como Amazon (AMZO34), que hoje estão consolidadas, mas que eram arriscadas na época, ajudaram nesse feito.

Foi a superexposição a empresas financeiras durante a crise de 2008-09 que tirou o gestor de sua posição — mas não para a aposentadoria. Após o Legg Mason, Miller III fez sua maior e mais bem-sucedida aposta: alocar 1% de seu portfólio pessoal em Bitcoin.

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O gestor comprou a criptomoeda pela primeira vez a US$ 200 e, durante os dois anos em que montou sua posição, conseguiu um preço médio de US$ 700. Em entrevista à revista Forbes, ele disse que foi apresentado à moeda digital em 2012, durante uma conferência.

“Um cara chamado Wences Casares disse que essa coisa era diferente. Uma nova tecnologia que, na verdade, é ouro digital, mas melhor”, conta Miller. “Ele disse: eu sugiro que você considere colocar 1% de seus ativos líquidos em Bitcoin e depois esqueça.”

Casares ainda argumentou que nada havia se valorizado como o Bitcoin nos dois anos anteriores. A moeda digital saiu de um valor irrisório para US$ 200 em dois anos e, depois, subiu para quase US$ 1.000 em mais dois.

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Cada Bitcoin que Miller adquiriu por, em média, US$ 700 se tornou um ativo de US$ 60.000 uma década depois.

“Bitcoin é uma apólice de seguro contra catástrofes financeiras, contra a inflação, contra os tipos de coisas que vimos durante a pandemia”, disse o ex-gestor à revista americana. “O Fed [banco central dos EUA] teve que inundar o sistema para manter o Tesouro funcionando, mas ninguém teve que entrar e resgatar o Bitcoin.”

Segundo Miller, nos próximos três a cinco anos, a maioria dos assessores de investimento aconselhará as pessoas a ter de 1% a 3% dos ativos em Bitcoin.