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Na última segunda-feira (15), Donald Trump venceu uma das primeiras prévias do Partido Republicano, em Iowa, e segue bem-posicionado nas pesquisas para as eleições presidenciais dos Estados Unidos deste ano, com vantagem frente ao atual presidente, o democrata Joe Biden. No meio político, dos EUA e do mundo, o tema é prioridade em 2024. No mercado financeiro, é apenas mais um fato pontual deste ano.
Gabriela Santos, do JPMorgan, afirma que o tema é de interesse do mercado, mas não é visto como motivo para mudanças na carteira de investimentos. A mudança dos juros pelo banco central, o Federal Reserve, é tido como mais significativo neste sentido.
“Eleições presidenciais no Brasil e nos Estados Unidos são diferentes e tem um peso distinto nos mercados. Nos EUA, não há oscilação de um extremo ao outro com a mudança do presidente ou do Congresso. As instituições são fortes e oferecem segurança e estabilidade”, diz Santos, em painel do Onde Investir 2024, evento online gratuito do InfoMoney.
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Historicamente, os retornos do mercado não mudam com a entrada ou saída de um nome ou partido na Casa Branca. Artur Wichman, da XP Private, diz que não é possível identificar em um gráfico de retorno do S&P 500 ao longo dos anos qual era o presidente de cada período.
“Em mercados emergentes é muito clara a mudança no retorno quando um presidente é a favor ou não dos mercados. Nos Estados Unidos, não. A economia cresce independentemente do partido ou do presidente. As empresas crescem e continuam gerando receita e lucro. É um mercado consolidado”, diz Wichman.
Para não dizer que não existe o menor abalo, Santos afirma que, historicamente, dois meses antes das eleições as Bolsas ficam mais instáveis. Porém, após a definição de qual é o novo presidente, há correção das perdas anteriores e, geralmente, o S&P 500 sobe.
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“É mais uma questão de acabar com as incertezas da indefinição sobre o novo presidente do que qualquer outra coisa. As eleições americanas não são vistas como um risco para o mercado”, diz Santos.
Economia e setores
Não há mudança de um extremo ao outro com a troca de presidente ou partido, mas há algumas alterações, segundo os especialistas, principalmente em relação à política fiscal e de relações comerciais com outros países.
“No campo fiscal, republicanos não são favoráveis a gastos e são mais criteriosos em relação a alocação de recursos. Isso é um ponto relevante. Trump também se mostrou mais isolacionista no contexto global, o que afeta questões de comércio internacional”, diz Wichman. E acrescenta: “Mas nada disso tem grandes repercussões no S&P 500.”
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Sobre setores que podem se beneficiar ou não com uma mudança na liderança da Casa Branca, Santos destaca que Trump está associado ao setor de energia, devido ao apoio às empresas de combustíveis fósseis. Porém, ela afirma que o setor não avançou significativamente em seu último mandato. “De modo geral, os impactos no mercado financeiro são muito menores do que na área política”, diz Santos.
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