Trump será bem pró-business e bolsa terá consequências importantes, diz economista

Fernando Fenolio vê apoio maciço do presidente dos Estados Unidos às empresas americanas

Augusto Diniz

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Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos há pouco mais de uma semana, mas desde a eleição do republicano, no início de novembro, que mudanças já vem sendo captadas pelo mercado.

“As implicações no mercado vão ser grandes. O mercado já antecipou uma parte delas. A gente só está vendo o começo desse processo em 2025”, diz Fernando Fenolio, sócio e economista-chefe da WHG, casa focada em ativos globais, que participou do episódio 268 do programa Stock Pickers, com apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter.

“A mudança na parte econômica relevante é de um governo bem pró-business. Na administração anterior havia um foco diferente, com outras questões que eram mais importantes do que a economia, como as partes climática, social e comportamental”, avalia.

Para o economista, tudo isso foi colado em segundo plano pela administração atual. “O foco volta a ser a economia”, afirma.

Busca pelo crescimento

“É um governo que vai buscar taxa de crescimento robustas e sólidas. E a bolsa vai ter consequências importantes nisso. E apoio as empresas a gente vai ver também”, destaca.

Ele espera um ano intenso por conta das medidas prometidas por Trump. “Acho bastante significativo (o que deve ocorrer no governo Trump), que há muito tempo a gente não vê”, diz.

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Segundo ele, a administração do republicano já está tendo repercussões no mundo inteiro e de forma muito rápida. “Começou até na eleição do Trump dado que foi uma vitória ampla e clara”, comenta.

Chacoalhão geopolítico

Ele acrescenta que o mundo também viveu um chacoalhão geopolítico nos últimos tempos com repercussões econômicas, como a queda do primeiro-ministro da França, Michel Barnier, impeachment do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, convocação de eleições na Alemanha e a renúncia do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.

Ainda na questão geopolítica, Fernando Fenolio comentou que os Estados Unidos devem pressionar a Europa por meio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Segundo ele, os americanos gastam muito mais dinheiro de contribuição em relação ao PIB para manter a Otan dos que os europeus.

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No entanto, o economista explica que a própria Europa, principal beneficiária, por conta essencialmente da crise com a Rússia, não contribui como deveria. Fenolia vê os EUA buscando simetria nessa relação, conforme Trump já se manifestou.