Conteúdo editorial apoiado por

Trump + IA: investir em dólar nos EUA é uma boa pedida para 2025, segundo a XP

O S&P 500 teve o melhor retorno de ações globais em 2024 e há impulsionadores que alimentam as teses para o próximo ano, segundo o time de research da XP

Monique Lima

Publicidade

Se 2024 foi mais um “ano para se esquecer” quando se pensa na Bolsa brasileira, o cenário não poderia ser mais diferente para as ações mundo afora. Até novembro, as ações globais acumularam alta de 19,3% no ano, lideradas pelo desempenho do S&P 500, nos EUA, que registrou 26,5% de alta. A China aparece na sequência com 23,9%. 

O desempenho passado não é garantia de retorno futuro, alertam os agentes de mercado. Entretanto, o time de research da XP vê oportunidades em regiões, setores e temas específicos dos mercados globais, principalmente os Estados Unidos. 

Inteligência artificial foi citado como um assunto forte, mas não por causa das gigantes de tecnologia. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (4) para a apresentação do relatório “Onde Investir em 2025”, os especialistas falaram em “admirável mundo além das magníficas”. 

Para onde a IA vai?

Não que as empresas de tecnologia tenham perdido relevância no setor, mas seus valuations ficaram esticados, e a expectativa é por correções no curto prazo. A busca dos analistas internacionais da XP é pelos nomes que podem render ganhos secundários. 

Um exemplo é o setor de energia. O aumento da demanda por data centers impulsionou projetos de expansão da capacidade de geração, principalmente de energia nuclear, e empresas do setor elétrico estão fazendo parcerias com as big techs para investimentos na área. 

Artur Wichmann, CIO da XP, acredita que a capacidade dessa tecnologia é extraordinária e ainda estamos longe de vislumbrar seus impactos. Na entrevista, ele lembrou que levou pelo menos 10 anos para que as atuais big techs conseguissem gerar caixa com seus modelos de negócios baseados na internet. 

Continua depois da publicidade

Artur Wichmann, CIO da XP (Foto: Divulgação)

“Com a IA é diferente. As empresas que estão investindo nisso já estão mostrando geração de caixa interessante em questão de meses. É uma tecnologia que ao se disseminar vai mudar o mundo que conhecemos hoje”, diz o CIO. 

“O Ibovespa tem muita qualidade, mas não tem empresas de capital intelectual, que detêm as tecnologias que estão mudando o mundo.”

— Artur Wichmann, CIO e presidente do Comitê de Alocação da XP

Trump Trade 

A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA neste ano pode ser motivo de preocupação para alguns setores, mas para quem tem a intenção de investir na terra do Tio Sam, as notícias são promissoras. 

A agenda de desregulamentação, corte de impostos, reindustrialização e foco em commodities deve impulsionar diversos setores domésticos no país. Segundo o relatório da XP, os setores financeiro, de saúde, produção industrial e de óleo e gás devem ganhar com o republicano no poder. 

Continua depois da publicidade

Durante a corrida eleitoral, após as chances de vitória de Trump ficarem mais evidentes, todos esses setores registraram fortes valorizações. O setor de óleo e gás saiu da faixa de 92 pontos ao fim de outubro para 103,9 ao fim de novembro. 

A visão geral da XP para ações globais é neutra. Mesmo nos Estados Unidos, os analistas acreditam que ainda não há clareza o suficiente sobre o que será este segundo mandato de Donald Trump. Com isso, a recomendação é ser seletivo ao investir em empresas ou teses específicas. 

Carteira de ações internacionais da XP em dezembro

Global, excluindo Estados Unidos 

A seletividade também se estende para outros mercados, como China e Europa. A China passa por dificuldades econômicas e não há consenso no mercado sobre as oportunidades de investimento no país. Para o estrategista global Paulo Gitz, os programas de estímulos do governo chinês devem impulsionar alguns ativos que operam com múltiplos muito descontados

Continua depois da publicidade

Para a Europa a perspectiva é menos positiva. França e Alemanha são vistos como países com mais dificuldades e mesmo com os ventos favoráveis de corte de juros em 2025, ainda se vislumbra chances de recessão e baixo crescimento do lucro das empresas. O Reino Unido é um caso à parte, com perspectiva de crescimento econômico mais robusto e empresas negociando com múltiplos menores do que seus pares globais.