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Investir em títulos públicos atrelados ao rendimento do IGP-M não é possível hoje em dia, mas nem sempre foi assim. Quando o Tesouro Direto foi lançado, em 2002, essa era uma das poucas opções disponíveis, em uma época que ainda não existiam os papéis atrelados ao IPCA. Ainda que esses títulos não estejam mais disponíveis para compra, ainda há R$ 88,2 milhões investidos nele.
Conhecido como NTN-C, o Tesouro IGP-M com juros semestrais foi negociado pela última vez em 12 de maio de 2006, e ainda conta com três datas de vencimento: julho de 2017, abril de 2021 e janeiro de 2031. Quando ainda era negociado, os papéis atrelados ao IGP-M representavam 14% do estoque investido nos títulos públicos, com R$ 128,6 milhões aplicados.
Ou seja, boa parte dos investidores mantêm esses títulos em suas carteiras. Embora não sejam mais negociados, o Tesouro Nacional mantém a possibilidade de recompra desses papéis diariamente a preços de mercado para aqueles que quiserem vender antes do vencimento.
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Esse pouco apetite pela venda, no entanto, pode ser explicado porque dificilmente os investidores encontrarão rentabilidades semelhantes no mercado. Segundo informações do Tesouro Direto, o NTN-C com vencimento em julho desse ano pagava um rendimento de 8,79% mais o IGP-M na manhã de seu último dia de negociação. O IGP-M é o indexador que reajusta os preços do aluguel, e é composto por outros três índices: de preços ao produtor, de preços ao consumidor e de custo da construção civil.
Simulação feita no site do Tesouro Direto, considerando a inflação média do IGP-M de 6,41% no período até o fim do ano passado, mostra rentabilidade bruta de 15,79% ao ano. Isso significa que um investimento de R$ 10.000 seria transformado em R$ 35.817. Desconsiderando os impostos e considerando uma instituição financeira que não cobre taxa de administração, a rentabilidade líquida decresce para 14,17% ao ano, para R$ 31.350.
No momento em que foi emitido o título público, em maio de 2006, o Brasil detinha uma taxa de juros muito mais elevada, o que fazia com que os investimentos em renda fixa também tivessem retornos mais altos. Na época, a taxa Selic era de 15,75% ao ano – patamar que desde então nunca mais aconteceu. Atualmente, a taxa Selic está em 13% ao ano, e a mediana dos economistas consultados pelo Banco Central projetam que ela irá chegar a dezembro em 9,5% ao ano.
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À época em que foi descontinuada, a Folha de S.Paulo publicou uma reportagem citando o então secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Paulo Valle, para comentar sobre a decisão. Ele explicou que a estratégia era trocar as NTN-C para reduzir o risco de refinanciamento do governo.
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