TIMS3 é novidade entre ações de dividendos recomendadas para março; EGIE3 deixa a lista

Vale amplia liderança e figura em oito entre dez portfólios recomendados para o mês

Márcio Anaya

Notas e moedas de reais (iStock / Getty Images Plus)
Notas e moedas de reais (iStock / Getty Images Plus)

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Em linha com a recuperação do mercado, o índice de dividendos (Idiv) da Bolsa avançou 0,9% em fevereiro, para 8.835pontos, reduzindo para 2,6% a perda acumulada no ano. No mesmo período, o Ibovespa registra queda de 3,9%.

Diferentemente do mês passado, os analistas promoveram diversas alterações nas carteiras recomendadas de dividendos para março – embora o saldo das trocas tenha sido apenas a entrada de TIM (TIMS3), com quatro apontamentos, no lugar da Engie (EGIE3), que perdeu uma indicação.

A Vale (VALE3) ampliou a distância na liderança, com oito escolhas por parte dos especialistas, seguida de Banco do Brasil (BBAS3), BB Seguridade (BBSE3) e Petrobras (PETR4), todas com cinco. Itaú Unibanco (ITUB4) e Telefônica Brasil (VIVT3) completam o rol das preferidas em dividendos, com quatro recomendações cada.

Confira as análises sobre cada papel:

Todo início de mês, o InfoMoney traz um levantamento das carteiras de ações recomendadas por dez corretoras para quem tem foco em dividendos, apontando os cinco papéis preferidos dos analistas. O número pode ser maior, se houver empate, como ocorreu novamente. Confira a seguir as análises das sete empresas mais indicadas para março:

EmpresaTickerNº de recomendaçõesDividend yield em 12 meses (%)Retorno em fevereiro (%) Retorno em 12 meses (%)
ValeVALE387,12-1,14-14,79
Banco do BrasilBBAS3511,403,9857,75
BB SeguridadeBBSE358,391,046,41
PetrobrasPETR4528,75-0,77105,17
Itaú UnibancoITUB449,376,9944,31
Telefônica BrasilVIVT345,916,0747,55
TimTIMS347,414,7957,64
Fontes: Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Genial, Guide, Órama, Santander Corretora, Terra Investimentos, XP Investimentos e Economatica.

TIM (TIMS3)

A companhia é a novidade do mês entre os destaques de dividendos, com quatro recomendações. Em sua análise, o BTG Pactual afirma que a TIM apresenta um modelo de negócios estável, sólida posição competitiva e forte geração de fluxo de caixa – fatores que devem proporcionar “um retorno substancial” aos acionistas. A instituição lembra ainda que, em breve, a empresa deve divulgar um novo guidance de dividendos, o que representa um catalisador importante para as ações.

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Vale (VALE3)

No saldo das revisões para março, a Vale ganhou uma recomendação e ampliou sua liderança, presente agora em oito portfólios selecionados pelos analistas. “Vemos riscos limitados de queda para os preços do minério de ferro, uma vez que a falta de nova oferta deve tornar a trajetória das cotações menos dependente dos impulsionadores da demanda”, diz a Ágora Investimentos.

A corretora estima que os preços do minério ficarão, em média, em US$ 130 a tonelada neste primeiro semestre, encerrando o ano no patamar de US$ 120 a tonelada.

Banco do Brasil (BBAS3)

A instituição perdeu uma indicação e agora divide a vice-liderança no acompanhamento com a BB Seguridade (BBSE3) e a Petrobras (PETR4), todas com cinco escolhas. A Santander Corretora traz como destaque o anúncio do BB de que distribuirá 45% do lucro em dividendos neste ano, ante patamar anterior de 40%. O guidance operacional sugere ainda que o lucro líquido pode ficar em R$ 38,5 bilhões (no ponto médio), o que representaria um avanço de 8%, em base anual, dizem os especialistas da casa.

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BB Seguridade (BBSE3)

Para a Ágora, as ações da empresa ainda oferecem uma avaliação atraente, com um rendimento de dividendos de aproximadamente 10%. Apesar do otimismo, a corretora pondera que o crescimento dos lucros pode ser mais desafiador daqui em diante. Em relação a 2024, os principais riscos são: não conseguir manter resultados expressivos na divisão de seguros rurais, tendo em vista a base elevada de comparação com 2023, e uma menor contribuição dos resultados financeiros, considerando a queda dos juros.

Petrobras (PETR4)

O BTG mantém a visão positiva sobre a estatal, com uma tese de investimento baseada em quatro pilares principais. Um deles é a convicção de que as estimativas do mercado para produção, preços do petróleo e capex (investimentos) são conservadoras, potencialmente provocando revisões positivas dos lucros nos próximos trimestres. Outro é o que chama de “estratégia pragmática” do acionista controlador, já que as distribuições de dividendos poderiam reforçar as receitas do governo.

O banco cita ainda a ausência de grandes fusões e aquisições, que poderiam prejudicar as distribuições de caixa, e mecanismos de governança corporativa da petrolífera. Com isso, o BTG se diz confiante em “robustos pagamentos” de proventos pela Petrobras.

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Itaú Unibanco (ITUB4)

A Santander Corretora ressalta o anúncio de dividendos extraordinários por parte do Itaú, de R$ 11 bilhões, proporcionando um retorno de aproximadamente 3,6%. Além disso, o banco lançou um novo programa de recompra de ações, com potencial para adquirir até 75 milhões de papéis até agosto de 2025.

“Diante dos resultados de 2023 e do guidance de 2024 (R$ 40 bilhões de lucro líquido no ponto médio, implicando um crescimento de 12% a/a [ano contra ano]), fica claro que o Itaú se encontra num melhor momento operacional que os pares privados sob nossa cobertura.”

Telefônica Brasil (VIVT3)

Recentemente, o Santander atualizou as perspectivas para o setor de telecomunicações e reiterou a dona da marca Vivo como top pick, com um preço-alvo de R$ 64 para o fim deste ano. A corretora espera que 2024 seja mais um período positivo para a companhia, marcado pelo avanço da receita acima da inflação e margens de ganho significativamente mais altas. “Projetamos um crescimento da receita líquida consolidada de 7% a/a [ano contra ano], com fortes tendências tanto no segmento móvel (+8% a/a) quanto no segmento fixo (+4,5% a/a).”

Márcio Anaya

Jornalista colaborador do InfoMoney