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As negociações de títulos públicos no Tesouro Direto foram reabertas na tarde desta sexta-feira (29), após suspensão por volta das 11h30 (horário de Brasília). Durante a manhã, as taxas fecharam a seus maiores patamares históricos. Mesmo com recuo nesta tarde, ainda operam em patamar recorde, acima do fechamento de ontem.
A interrupção, durante a manhã, se deu meio à nova sessão de alta volatilidade nas taxas, diante da desconfiança dos investidores quanto ao compromisso do governo com a responsabilidade fiscal, após o anúncio de medidas de contenção de gastos.
O papel do Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035 pagava 7,03% ao ano na parte prefixada, após chegar a 7,12%, no maior valor de 2024. O papel que vence em 2027 ia a 7,37% na parte da manhã, também recorde para o ano.
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Entre os prefixados, os maiores patamares do ano foram atingidos também. O título com vencimento em 2027 reabriu em 13,92% após chegar em 14,31% ao ano, e o de 2031, a 13,76%, (pela manhã, em 14,13%)
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Na quinta-feira, o dólar à vista fechou com forte alta de 1,30%, cotado a 5,991 reais, registrando a maior cotação nominal de fechamento da história
Confira as taxas dos títulos públicos disponíveis no Tesouro Direto nesta sexta-feira (29) na reabertura:
Contenção de gastos
Na avaliação de especialistas, o ajuste proposto criou um sentimento ruim no mercado e colocou pressão nas próximas decisões do Banco Central para a Selic, a taxa básica de juros.
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Um dos pontos de atenção para agentes é a proposição da isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês. O governo defende que a medida é fiscalmente neutra, ou seja, não gera gastos adicionais, por conta da criação de um imposto mínimo de 10% para quem recebe mais de R$ 50 mil mensais. No entanto, a proposta ainda será analisada pelo Congresso, que poderá realizar alterações no texto.
Walter Maciel, CEO da gestora AZ Quest, vê um cenário de “elevação brutal” de juros na esteira dos últimos anúncios. “Dado o que o mercado está vendo agora de preço, o Banco Central teria de fazer duas altas de 100 pontos-base nos juros [1 ponto porcentual]”, afirmou, ao InfoMoney. Segundo Maciel, é o preço pago pela perda de credibilidade do governo em relação ao controle de gastos, após o controverso pacote de medidas anunciado.