Tesouro Direto: títulos públicos fecham agosto com queda de até 9,5%, em meio a maior preocupação fiscal

Aumento da aversão a risco leva os investidores a exigirem taxas de juros mais elevadas para emprestar dinheiro ao governo

Beatriz Cutait

(Getty Images)
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SÃO PAULO – O aumento das preocupações com o risco fiscal no Brasil deu o tom da movimentação dos preços de títulos públicos no mês de agosto. Em meio a discussões sobre o rompimento do teto de gastos pelo governo, o nervosismo aumentou e pesou sobre os mercados de maneira geral.

Depois de quatro meses seguidos de alta, a Bolsa registrou queda em agosto, o dólar subiu e os preços dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto caíram, com um movimento inverso ao das taxas. A maior aversão a risco leva os investidores a exigirem taxas de juros mais elevadas para emprestar dinheiro ao governo.

Entre os papéis disponíveis para compra no Tesouro Direto, programa de compra e venda dos papéis dirigido ao investidor pessoa física, depois de dispararem quase 15% em julho, os preços do Tesouro IPCA+ com vencimento em 2045 tiveram a maior queda de agosto, com baixa de 9,45%. O juro real pago pelo papel subiu de 3,40%, no fim de julho, para 3,72%, no encerramento de agosto.

Destaque de baixa também para o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055, com queda de 6,52% no mês passado.

No acumulado de 2020, a atenção recai sobre o Tesouro Prefixado com vencimento em 2023, ainda com alta de 7,44%, e, do lado negativo, sobre o Tesouro IPCA+ 2045, com queda de 7,33% dos preços. Em 12 meses, o Tesouro Prefixado 2023 ainda acumula valorização de 12,3%.

Confira a seguir como se comportaram os títulos públicos disponíveis para novos investimentos em agosto, no acumulado do ano e em 12 meses, quando os dados estiverem disponíveis. O único papel não considerado no levantamento foi o Tesouro Selic, dado que seu retorno segue a variação da Selic, portanto, sem grandes oscilações diárias.

Vale lembrar que o investidor só terá as perdas ou os ganhos apontados se efetivamente vender os papéis antecipadamente. Se carregá-los até o vencimento, o retorno vai respeitar as taxas e as condições contratadas no momento de aquisição dos títulos.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.