Tesouro Direto: títulos passam a pagar mais mesmo com IPCA negativo; por quê?

IPCA registrou primeira deflação desde junho do ano passado, mas agentes de mercado seguem precificando alta da Selic

Equipe InfoMoney

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O primeiro Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) negativo do ano, divulgado nesta terça-feira (10), não suficiente para trazer mais otimismo do mercado para o comportamento da taxa de juros. Apesar da deflação inesperada em agosto, o mercado segue apostando que os juros brasileiros devem entrar em trajetória de alta – afetando diretamente a remuneração dos títulos públicos.

Para Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, “o resultado do IPCA de agosto é bom por qualquer ponto de vista”, mas não é suficiente para retirar da mesa a possibilidade de alta de juros na próxima semana. Segundo ele, no máximo uma “menor pressão para que haja uma elevação de 0,50 p.p.”.

A avaliação de Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. “Diante de uma atividade econômica mais forte do que esperado, de uma inflação que, apesar do dado benigno em agosto, deve terminar o ano próximo da banda superior da meta, de expectativas de inflação desancoradas e uma taxa de câmbio acima de R$ 5,50, o BC deverá iniciar um ciclo de ajuste gradual da taxa de juros na próxima reunião, de 0,25 p.p.”, disse em nota.

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Após a atualização das 10h27 do Tesouro Direto, os juros dos títulos prefixados de 2027 avançaram de 11,68% para 11,72% ao ano, e os de 2031 foram tiveram ligeira alta na taxa, de 11,85% para 11,88%, mesma amplitude do ganho do título com pagamentos semestrais: de 11,75% ontem para atuais 11,78%.

Aumento também nos papéis de inflação: o título de 2029 foi de 6,21% para 6,24% de juro real, ao passo que o de vencimento em 2035 pulou de 6,11% para 6,14% de taxa prefixada além da inflação. O maior salto foi nos juros do título para 2045, que foi de 6,18% para 6,22%.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta terça-feira (10):

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(Fonte: Tesouro Direto)