Tesouro Direto: Tesouro IPCA+ 2035 é o título público “queridinho” para maio; entenda a razão

Carteiras recomendadas de XP, Genial, Itaú BBA e Santander indicam que os papéis prefixados começam a dar o ar da graça

Neide Martingo

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Com a manutenção da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a tramitação do novo arcabouço fiscal no Congresso e o receio de recessão nos Estados Unidos, há pelo menos um ponto em que os especialistas em investimentos concordam: a renda fixa ainda está entre as preferidas de quem quer rentabilidade, levando em conta os altos juros.

E quem quer acrescentar segurança ao investimento, as opções são os títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional. Mas as dúvidas com relação ao destino que merece o suado dinheirinho continuam: quais papéis podem ser os mais rentáveis em maio? Um spoiler: o Tesouro IPCA+2035, atrelado à inflação, é o queridinho dos especialistas.

As carteiras recomendadas de XP, Genial, Itaú BBA e Santander são mapas que podem ajudar na escolha. A XP prioriza a cautela e a proteção da inflação, sugerindo o Tesouro Selic 2026 para a reserva de emergência, com rentabilidade de taxa Selic mais um pequeno spread (taxa adicional) e aplicação mínima de R$ 131,20. Outros destaques da casa são os Tesouro IPCA+ 2026 e 2035, com taxas acima dos 5% ao ano.

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O Tesouro Prefixado 2025 também está na carteira da casa. Esse ativo não está disponível no Tesouro Direto, mas, sim, no mercado secundário.

O Itaú BBA destaca que, desde o mês de março, o mercado de renda fixa tem observado movimento expressivo de redução nas taxas futuras de juros, tanto na curva de títulos prefixados quanto na de títulos indexados à inflação.

“As razões para este cenário são múltiplas. Entre elas, revisão para baixo da trajetória de juros a ser perseguida pelo banco central norte-americano, apresentação de uma nova regra fiscal no Brasil e a manutenção da taxa Selic em patamar elevado por período prolongado”, indica em relatório Lucas Queiroz, estrategista de renda fixa para pessoa física do Itaú BBA.

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Ele detalha que, diante de menor prêmio nas taxas, o Itaú optou por trocar o Tesouro IPCA+ 2029 pelo Tesouro Prefixado 2029. Com inflação implícita para prazos longos girando próxima a 6% ao ano nos trechos longos da curva, “vemos espaço para queda à medida que os bancos centrais seguem cautelosos com os patamares de inflação correntes e mantém o aperto monetário em um cenário de desaceleração da atividade econômica”.

O Tesouro IPCA+ 2035 é também a indicação do Santander. “Se os ventos domésticos se provarem favoráveis para os ativos de risco (menor ruído pós-eleição, inflação convergindo à meta no médio prazo e promessas de responsabilidade fiscal em 2023-2024), podemos ver um menor prêmio de risco para os títulos públicos reais, favorecendo a marcação a mercado desses ativos. Caso a percepção de risco piore e o dólar volte a valorizar, a proteção contra a inflação do título recomendado exercerá sua função”, ressalta o relatório do banco.

A visão do Santander é também de que o ciclo de aperto de juros nas economias desenvolvidas se aproxima de seus estágios finais. Porém, ainda distante de um cenário de cortes. “No Brasil, a piora nas condições de crédito propicia ambiente mais favorável para a queda dos juros, porém limitado pelas expectativas de inflação ainda distantes da meta”, registra o relatório do banco.

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A carteira da Genial prioriza igualmente o Tesouro IPCA+ 2035. Fora do Tesouro Direto, a plataforma elenca também dois ETFs (Exchange Traded Funds) de títulos públicos para maio: o B5P211 e o LFTSF11.

O B5P211 é um ETF criado pelo Itaú, que replica o IMA-B5 índice calculado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais ), formado por uma carteira teórica composta por títulos públicos indexados à inflação com prazos inferiores a cinco anos e controle de prazo médio de repactuação da carteira de, no mínimo, dois anos.

Já o IMA-B 5 tem uma metodologia de rebalanceamento dos títulos que torna esse índice um investimento atrativo. Em seu funcionamento, é como se os recursos vindos de vencimentos ou pagamentos de juros fossem automaticamente reinvestidos numa taxa mais elevada, em um título público indexado ao IPCA com prazo de até cinco anos.

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O LFTS11 é um fundo de índice listado na B3 que acompanha a performance de títulos públicos pós-fixados ligados à Selic – o Tesouro Selic. O índice é composto por papéis com prazo acima de dois anos, que possuem performance aderente ao CDIA grande vantagem deste ETF é o imposto de renda de no máximo 15%, independentemente do prazo que o título for mantido em carteira. Os custos são de 0,19% ao ano, mais baixos do que os da custódia do Tesouro Direto, que são de 0,20% ao ano para investimentos acima de R$ 10 mil.

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Neide Martingo

Jornalista especializada em Economia, Finanças e Negócios, trabalhou em veículos como Valor Investe, Diário do Comércio e Gazeta Mercantil e escreve sobre Renda Fixa no InfoMoney