Tesouro Direto tem captação líquida de R$ 1,3 bi em agosto; títulos curtos ganham espaço na carteira dos investidores

Levantamento mostra ainda que os títulos atrelados à inflação desbancaram os indexados à Selic no último mês

Mariana Zonta d'Ávila

(Rmcarvalho/Getty Images)
(Rmcarvalho/Getty Images)

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SÃO PAULO – Pelo quinto mês consecutivo, as vendas voltaram a superar os resgates no Tesouro Direto, com uma captação líquida de R$ 1,3 bilhão em agosto – a mais alta desde abril de 2020, quando chegou a R$ 1,6 bilhão, e acima da apresentada no mês anterior, de R$ 934,1 milhões.

O resultado do programa de negociação de títulos públicos para as pessoas físicas no último mês se deve a vendas da ordem de R$ 3,31 bilhões, contra R$ 1,88 bilhão de recompras e vencimentos. A maior demanda pelos papéis vem em meio ao cenário de alta da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 6,25% ao ano.

Com o resultado de agosto, o programa, que até maio tinha perdas no ano, passou a acumular captação líquida de R$ 2,8 bilhões em 2021.

No último mês, os títulos atrelados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltaram a se destacar na preferência dos investidores, com 44,9% das vendas.

Na sequência, veio o Tesouro Selic, representando 38,6% do total, enquanto os prefixados ficaram em terceiro lugar, com participação de 14%.

Com relação ao prazo de emissão dos títulos, houve uma mudança na tendência do mercado, com maior preferência pelos papéis mais curtos (com prazo entre um e cinco anos), em detrimento dos títulos com vencimentos intermediários, com prazos de cinco a dez anos.

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Em agosto, o primeiro grupo de papéis representou 60,2% das vendas (ante 35,8% em julho), enquanto o segundo, 25,9% (ante 50,1% das vendas em julho).

Já aqueles mais longos, acima de dez anos, ficaram com 13,8% das vendas do mês passado.

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Estoque e investidores

De acordo com os dados do Tesouro Direto, foram realizadas 540,7 mil operações em agosto – o maior volume desde julho de 2019, quando houve 545,6 mil operações.

No período, o valor médio por operação foi de R$ 6.126,17, acima dos R$ 5.347,38, de julho, com 83,6% das vendas com valores abaixo de R$ 5 mil.

Já o estoque do programa alcançou um montante de R$ 69,8 bilhões, crescimento de 2,9% em relação a julho, e de 14% ante agosto de 2020.

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Os títulos indexados aos índices de preços respondem pelo maior volume no estoque, com 55,1% do total. Na sequência, estão os títulos indexados à taxa Selic, com participação de 25,5%, e, por fim, os papéis prefixados, com 19,5%.

Sobre o número de investidores ativos, isto é, aqueles atualmente com saldo em aplicações no programa, o total voltou a crescer e chegou a 1.635.257 em agosto, um aumento de 21,6% nos últimos 12 meses. No mês passado, o acréscimo foi de 37,9 mil novos investidores ativos.