Tesouro Direto: taxas sobem “entre a cruz e a espada”, com pacote fiscal, BC e Trump

Prefixados voltam a pagar mais de 13% ao ano, enquanto taxas títulos de inflação retomam caminho rumo aos 7%

Equipe InfoMoney

Publicidade

As taxas oferecidos por títulos públicos disponíveis do Tesouro Direto vivem nesta quarta-feira (6) um novo dia da gangorra que vem marcando as negociações nas últimas semanas. Após forte alta na virada do mês e queda na segunda-feira, as remunerações voltam a subir, com prefixados pagando outra vez mais de 13% ao ano, e os de inflação com juro real mais próximo dos 7%.

Os títulos reagem ao ambiente de incerteza gerado pela expectativa de uma política protecionista que deverá ser adotada por Donald Trump, recém-eleito presidente dos Estados Unidos, que poderá respingar na inflação brasileira.

De outro lado, agentes aguardam o tom do comunicado do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que deverá decidir na noite de hoje por uma alta de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, e seguem à espera do pacote de corte de gastos prometido pelo governo, com a esperança de que sejam capazes de melhorar a percepção a respeito das contas públicas, o que poderia aliviar as taxas dos títulos públicos.

Continua depois da publicidade

Leia também:

“Acredito que ontem [terça-feira] nós tenhamos terminado a rodada de reuniões pedida pelo presidente Lula com os ministros das pastas”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta.

As medidas são esperadas para até o fim da semana. No entanto, analistas apontam que pairam dúvidas sobre como Lula poderá reagir diante da ameaça que Trump de volta à Casa Branca poderá representar para seus planos para 2026.

Continua depois da publicidade

“A vitória de Trump rifa o pacote de controle de gastos e reforça a preocupação de achar mais dinheiro para colocar em políticas de transferência. O governo pode até anunciar algo, mas seu objetivo não deve ser outro que não ‘tourear’ o mercado e a sociedade”, avaia Leonardo Barreto, sócio da consultoria Think Policy, em nota distribuída a clientes.

Na atualização de 11h56, os papéis prefixados do Tesouro Direto com vencimento em 2027 e 2031 pagavam, respectivamente, 13,09% e 13,08% ao ano. Nos de inflação, destaque novamente para o mais curto: enquanto o título de 2029 oferecia 6,89% além do IPCA, os demais de 2035 e 2045 pagavam, na sequência, 6,67% e 6,73% anuais.

Confira os detalhes dos títulos do Tesouro Direto às 11h56 desta quarta-feira (6):

Continua depois da publicidade

(Fonte: Tesouro Direto)