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SÃO PAULO – Com as atenções dos investidores voltadas para os dados do setor de serviços no Brasil que vieram bem acima do esperado em junho e a possibilidade de que a reforma do Imposto de Renda fosse votada hoje, os títulos públicos negociados pelo Tesouro Direto acentuaram o movimento de alta na tarde desta quinta-feira (12), com destaque para os papéis prefixados. Alguns títulos, inclusive, voltaram a ultrapassar as máximas históricas.
Entre os papéis com retornos prefixados, o juro do título com vencimento em 2024 subia de 9,16%, no começo da sessão, para 9,22%, na atualização após o almoço. O juro pago é o maior já oferecido por esse título que passou a ser negociado em fevereiro deste ano. Um dia antes, o mesmo papel oferecia retorno de 9,05%.
Da mesma forma, o prêmio pago pelo papel com vencimento em 2026 avançava de 9,50% para 9,57%, no maior valor histórico já registrado desde que começou a ser negociado em fevereiro de 2020. O percentual também está acima dos 9,39% vistos na quarta-feira (11). O retorno do título prefixado com vencimento em 2031 e pagamento de juros semestrais, por sua vez, aumentava de 10,10% para 10,17%, na atualização da tarde. Na sessão anterior, o papel pagava um juro de 9,99%.
No grupo de papéis com retornos atrelados à inflação, o juro real pago pelos títulos Tesouro IPCA+ com vencimentos em 2035 e 2045 se manteve em 4,52% durante a tarde, acima dos 4,47% vistos um dia antes. O prêmio do Tesouro IPCA + com vencimento em 2055 e pagamento de juros semestrais, por sua vez, caía de 4,73% para 4,71%. Ainda assim, o retorno real era maior do que os 4,68% vistos na sessão de quarta-feira.
Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta quinta-feira (12):
Cena local
A agenda local de indicadores tem como destaque, nesta quinta-feira, os dados do setor de serviços divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume de serviços subiu 1,7% em junho na comparação com maio e atingiu o melhor resultado mensal desde maio de 2016. Na comparação com junho de 2020, o setor cresce 21,1%.
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Os resultados vieram bem acima das expectativas do consenso Refinitiv, que era de alta de 0,2% frente a maio e de 17,5% na comparação anual.
No cenário político, deputados começaram a discutir, agora à tarde, o projeto de lei que prevê reformas no Imposto de Renda. Parlamentares, contudo, decidiram adiar a votação para ter mais tempo para analisar algumas mudanças propostas no último texto divulgado ontem (11). Entre as mudanças estão a redução da alíquota do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) dos atuais 15% para 6,5% em 2021 e 5,5% a partir de janeiro de 2023. A versão original do governo estabelecia alíquotas de 12,5% e 10% nos respectivos períodos.
Outra alteração está na cobrança da CSLL, tributo destinado ao financiamento da seguridade social. A ideia é que as alíquotas do tributo sejam reduzidas de 9% para 7,5%.
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A previsão agora é que o texto da reforma do IR seja votado na próxima terça-feira (17). Mas há chance de que ele seja alterado mais uma vez. Durante a sessão de hoje, Celso Sabino (PSDB-PA), deputado e relator do projeto de lei, disse que vai divulgar um novo texto ainda hoje em que deve incluir mais alguns ajustes sugeridos pelas bancadas.
Destaque também para a afirmação feita, nesta quinta-feira, por Paulo Guedes, ministro da Economia. Durante audiência na Comissão de Educação da Câmara, o ministro destacou que o governo não tem condições de pagar a conta de R$ 90 bilhões de precatórios prevista para o próximo ano, sob o risco de cometer crime de responsabilidade fiscal.
“Não tenho como pagar os 90 bilhões de precatórios esse ano, não tenho como pagar, se não eu estouro toda a legislação de teto, eu estouro toda a legislação de responsabilidade fiscal, nós cometemos um crime de responsabilidade fiscal, o que inclusive já deu impeachment no Brasil”, afirmou.
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Cenário internacional
Já no mercado externo, os investidores monitoram, nesta quinta-feira, os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, que ficaram em 375 mil na última semana, em linha com a projeção dos economistas consultados pela Refinitiv. Já o índice de preços ao produtor (PPI) teve alta de 1% em julho, resultado acima das expectativas de avanço de 0,6% segundo a mediana dos analistas consultados pela Refinitiv.
Ontem, o Departamento de Emprego dos EUA informou que o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 5,4% em julho, enquanto o núcleo avançou 0,3% na comparação mensal, dados que foram encarados por analistas como sinais de que a inflação está sob controle.
As atenções estão voltadas também para o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido, que subiu 4,8% no segundo trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior, segundo dados preliminares divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês) do país.
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No primeiro trimestre deste ano, o PIB do Reino Unido tinha recuado 1,6%, na comparação com o trimestre anterior.
Em relação ao segundo trimestre de 2020, a alta registrada foi de 22,2%. O PIB britânico chegou a um patamar 4,4% inferior ao registrado no final de 2019, período anterior à pandemia.
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