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SÃO PAULO – Após uma manhã de maior aversão ao risco, a sessão da tarde desta quarta-feira (6) é marcada por uma certa melhora no cenário externo. O motivo é que o líder republicano no Senado americano ofereceu acordo aos democratas para suspender o teto da dívida até dezembro.
Ainda assim, o mercado internacional monitora com cautela o avanço da crise energética na Europa e a aproximação da retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos.
Já na cena local, o que mais pesa sobre as taxas de juros é a divulgação de mais um dado de atividade bem abaixo do esperado pelo mercado: o volume de vendas no comércio varejista em agosto. Segundo especialistas, isso pode levar a expectativas de crescimento econômico menores.
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Por essa razão, o mercado de títulos públicos opera agora à tarde com queda nas taxas nesta quarta-feira (6). O movimento é contrário ao visto na abertura das negociações, onde os prêmios pagos pelos papéis registravam alta.
Entre os títulos atrelados à inflação, o juro pago pelo Tesouro IPCA+ com vencimento em 2055 recuava de 5,09%, no começo da manhã, para 5,02% ao ano, na atualização das 15h30. Percentual igual ao oferecido por esse papel na sessão de ontem (5).
No mesmo horário, o juro real oferecido pelo Tesouro IPCA+ com vencimento em 2026 era de 4,67% ao ano, contra 4,77% na abertura das negociações. Um dia antes, o título oferecia rentabilidade de 4,73%.
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Já entre os papéis prefixados, a remuneração do título com vencimento em 2026, por exemplo, era de 10,33%, abaixo dos 10,49% da sessão de terça-feira (5).
O juro pago pelo título prefixado com vencimento em 2031, por sua vez, era de 10,94%, contra 11,07% registrados um dia antes.
Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta quarta-feira (6):
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Varejo e IGP-DI
O destaque da agenda econômica local está no volume de vendas do comércio varejista, que recuou 3,1% em agosto na comparação com o mês anterior. As informações foram apresentadas nesta quarta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a primeira queda após quatro meses positivos.
No ano, o varejo acumula alta de 5,1%. Nos últimos doze meses, o crescimento é de 5,0%. Já na comparação com agosto de 2020, o comércio varejista teve queda 4,1%, depois de cinco taxas positivas consecutivas.
Segundo consenso Refinitiv, a expectativa era de alta de 0,7% das vendas em agosto na comparação com julho e alta de 2% frente agosto de 2020.
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O dado foi mais um dos fatores que ajudaram algumas casas a revisar novamente as projeções para este ano. A XP, por exemplo, anunciou hoje que elevou as estimativas de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 8,4% para 9% em 2021.
No relatório, os analistas da casa ponderaram que a recuperação dos setores da economia brasileira tem sido muito heterogênea, com ampliação das preocupações acerca da capacidade da indústria local. Além disso, o setor externo também não está mais tão benigno como antes.
Também hoje foi divulgado o dado referente ao Índice Geral de Preços (IGP-DI). Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o indicador caiu 0,55% em setembro, desacelerando em relação a agosto.
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A queda de preço das commodities no período, com destaque para o minério de ferro, contribuiu com esse desempenho. No entanto, o índice acumula alta de 15,12% no ano e 23,43% em 12 meses.
Combustíveis, Bolsa Família e reforma tributária
Na seara política, a novidade está no novo texto da reforma tributária. Ontem (5), o relator Roberto Rocha (PSDB-MA) apresentou uma proposta mais abrangente do que as anteriores.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110 representa uma ampla reforma de impostos que incidem sobre o consumo, com a unificação de tributos federais, estaduais e municipais. O relator afirma que as alíquotas serão definidas por lei complementar, de forma a assegurar a autonomia dos estados.
“Cada estado terá autonomia para definir suas alíquotas”, afirmou Rocha em evento com Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, e Paulo Guedes, ministro da Economia.
As discussões em torno do preço dos combustíveis também seguem a todo vapor. Nesta terça-feira, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, apresentou uma proposta para tentar reduzir o impacto para o consumidor final dos aumentos nos preços dos combustíveis, a partir de uma mudança na forma de tributação do ICMS sobre o insumo.
A expectativa do presidente da Câmara é de que a proposta seja votada já na próxima terça-feira (13).
Segundo Lira, a mudança no cálculo vai considerar a média dos preços dos combustíveis nos últimos dois anos. Cada estado aplicaria a sua alíquota de ICMS sobre esse preço médio.
Em seus cálculos, a medida poderia baratear o preço da gasolina em até 8%, e do álcool e do diesel, em 7% e 3,7%, respectivamente.
Cena externa
Enquanto isso no radar internacional, as agências internacionais informaram que Mitch McConnell, líder republicano no Senado dos Estados Unidos, ofereceu aos democratas um acordo para suspender o teto da dívida até dezembro, o que gerou certo alívios nos principais índices americanos agora à tarde.
Outro destaque do cenário externo está na divulgação dos dados de emprego do setor privado americano. Segundo pesquisa com ajustes sazonais do Automatic Data Processing (ADP, na sigla em inglês), o setor criou 568 mil empregos em setembro.
O número veio bem acima da expectativa de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam criação de 425 mil postos de trabalho no último mês. Por outro lado, a ADP revisou ligeiramente para baixo sua estimativa de geração de empregos em agosto, de 374 mil para 340 mil.
A pesquisa da ADP é considerada uma prévia do relatório de emprego (payroll) dos EUA, que inclui dados do setor público e que será divulgado na sexta-feira (8).
Já na Europa, a Comissão Europeia defendeu, como resposta à crise de energia, que os Estados-membros da União Europeia (UE) devem aliviar temporariamente impostos às famílias e financiar pequenas empresas, anunciando ainda uma reforma no mercado de gás.
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