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Em novo dia de estresse nos mercados diante do temor com as contas públicas, o Tesouro Direto exibe alta generalizada nas remunerações de títulos públicos em todos os vencimentos nesta quarta-feira (18), mais uma vez em patamares recordes. Destaque para o Tesouro IPCA+ 2029, que já paga 7,84% de juro real, o maior nível do ano.
Altas também nas taxas das NTN-Bs (Tesouro IPCA+) com vencimentos em 2035, que vai a 7,29%; 2045, a 7,20%; e 2055, que já remunera o investidor com 7,25% no componente prefixado.
No Tesouro Prefixado, o título que vence em 2027 paga hoje 15,58% de juros anuais, e o papel para 2031 vai a 14,94%.
As taxas reagem a um conjunto de incertezas que permeia os operadores do mercado financeiro, mesmo após a aprovação na véspera do primeiro projeto que compõe as medidas do pacote fiscal, e com a expectativa de que os demais sejam apreciados antes do recesso.
Dessa vez, agentes de mercado também digerem a falta de apetite de investidores por papéis da dívida pública, após um leilão de títulos do Tesouro Nacional terminar sem nenhuma venda, e com recompra de apenas 10% do proposto.
A realização do leilão, fora do cronograma usual do Tesouro, havia sido comunicada na terça-feira para “oferecer suporte ao mercado de títulos públicos, assegurando seu bom funcionamento e o de mercados correlatos”. O tradicional leilão de quinta-feira foi cancelado, pela primeira vez desde a pandemia.
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Foram ofertados 600 mil títulos com taxas prefixadas e juros semestrais, metade com vencimento em 7 anos, e metade em 10 anos. Nenhum papel foi arrematado pelas instituições credenciadas (dealers).
O mercado topou vender de volta para o Tesouro cerca de 10% dos 2 milhões de títulos com os mesmos perfis que o Tesouro se propôs a recomprar, a taxas de 15,17% e 14,71% para os papeis de 7 e 10 anos, respectivamente.
Ontem, o Tesouro já tinha tido dificuldades em um leilão de NTN-Bs, considerado um importante termômetro da desconfiança de investidores, e vendeu apenas 11,7 mil dos 50 mil títulos ofertados. A taxa do papel de três anos chegou a 8,24%, a maior desde 9 de dezembro de 2008, em meio à crise do subprime, quando a remuneração alcançou 8,86%.
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No caso dos títulos do Tesouro Direto, a disparada nas taxas quer dizer também prejuízo para quem já tem esses papéis na carteia. Isso porque títulos comprados com remunerações menores passam a valer menos no mercado, potencialmente penalizando o investidor que desejar sair da aplicação antes do vencimento. Mesmo sem vendê-los esse comportamento deverá ser refletido na visualização dos ganhos da carteira, pois as corretoras mostram os preços dos papéis com atualização diária (marcação a mercado).
Confira as taxas dos títulos públicos disponíveis no Tesouro Direto nesta quarta-feira (18) às 12h00: