Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos recuam com menor percepção de risco internacional e inflacionário

Prefixados oferecem até 12,20% na última atualização desta sexta-feira

Bruna Furlani Katherine Rivas

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As taxas dos títulos públicos recuam nesta sexta-feira (18), acompanhando uma diminuição na percepção de risco dos investidores frente ao cenário internacional.

No local, os juros continuam recuando após a postura adotada pelo Banco Central na última quarta-feira (16) em que ele indicou que pode encerrar o aperto monetário em maio.

Segundo Bruno Martins, gestor de renda fixa da Warren, o mercado de renda fixa reage à divulgação do PNAD, com a taxa de desemprego recuando para 11,2% no trimestre encerrado em janeiro. “Seguimos sem observar melhora na massa salarial e isso evidencia quanto a inflação está consumindo o poder de compra da população”, destaca ele.

Martins aponta que as taxas do Tesouro Prefixado 2025 e 2029 recuaram ao redor de 20 pontos-base, refletindo a menor percepção de risco. Segundo o gestor da Warren, o mesmo movimento ocorre em papéis do Tesouro IPCA, porém em menor magnitude.

“O movimento indica diminuição na percepção de risco inflacionário, dado que a expectativa de inflação embutida nos papéis (a inflação implícita) está caindo”, avalia.

Dentro do Tesouro Direto, a maior queda era nas taxas do Tesouro Prefixado 2033, com juros semestrais. O título oferecia um retorno anual de 12,20% na tarde desta sexta-feira (18), inferior aos 12,41% vistos ontem.

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Enquanto o Tesouro Direto 2025 e o Tesouro Direto 2029 apresentavam uma rentabilidade anual de 12,12% para ambos os títulos, abaixo dos 12,32% e 12,30% registrados na sessão anterior.

Nos títulos atrelados ao IPCA, a maior baixa era nas taxas do Tesouro IPCA+ 2035 e o Tesouro IPCA+ 2045, ambos entregavam uma rentabilidade real de 5,76%, inferior aos 5,85% vistos ontem.

Os outros títulos apresentavam queda nas taxas entre 5 e 7 pontos-base.

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Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na tarde desta sexta-feira (18): 

Pnad contínua

Após a divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) ontem, investidores acompanham hoje a apresentação dos números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil caiu para 11,2% no trimestre móvel encerrado em janeiro de 2022, o que representa um recuo de 0,9 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior. É a menor taxa para o período desde 2016, quando registrou 9,6%.

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A expectativa dos economistas consultados pela Refinitiv era de que a taxa de desemprego ficaria em 11,4% no trimestre encerrado em janeiro deste ano.

Segundo o IBGE, a população desocupada era de 12 milhões de pessoas no trimestre encerrado em janeiro, ou seja, uma queda de 6,6% na comparação com os três meses anteriores, o que representa uma redução de 858 mil pessoas.

No confronto com o mesmo período do ano anterior, a queda no percentual de desocupados é de 18,3%, o que representa 2,7 milhões de pessoas a menos em busca de trabalho.

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Pacote de R$ 165 bilhões

O pacote do governo que pretende injetar até R$ 165 bilhões na economia brasileira antes das eleições promete ser positivo para bancos e varejistas, na avaliação de alguns analistas. Entre as medidas anunciadas ontem, estão a antecipação de pagamento do 13º salário para aposentados e pensionistas da Previdência e a possibilidade de sacar até R$ 1 mil do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), até 15 de dezembro deste ano.

Para o UBS, os estímulos devem ajudar a diminuir o volume de empréstimos bancários não pagos (NPL, na sigla em inglês), melhorando a qualidade dos ativos das instituições financeiras. “Vemos essas medidas como positivas para a dinâmica da qualidade dos ativos dos bancos brasileiros no curto prazo, pois ajuda a postergar um esperado aumento na inadimplência”, escreveram os analistas Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Kaio Prato.

Eles ressaltam que a deterioração da qualidade de ativos dos bancos atualmente é a principal questão levantada por vários investidores e acreditam que a inadimplência tende a se normalizar durante o ano. O UBS observa que o índice de inadimplência já havia encerrado o quarto trimestre de 2021 abaixo do nível pré-Covid, de dezembro de 2019.

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“As medidas são particularmente positivas para os bancos com maior exposição ao crédito às famílias, principalmente o consignado, e às pessoas de baixa renda”, diz a análise.