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As taxas dos títulos operam em movimento misto na tarde desta quarta-feira (25). Os títulos prefixados de médio e longo prazo apresentam uma rentabilidade maior, enquanto os de curto prazo permanecem estáveis.
Segundo Luciano Costa, economista e sócio da Monte Bravo Investimentos, o avanço nas taxas médias e longas é fruto da percepção do mercado em relação a ata do Federal Reserve (Fed) divulgada hoje.
Na ata foram sinalizados novos aumentos na taxa de juros básica em 0,5 ponto percentual nas próximas duas reuniões, de junho e julho. Além disso, os membros do Comitê de Mercado Aberto indicaram que “uma postura restritiva da política monetária pode se tornar apropriada dependendo da evolução das perspectivas econômicas e dos riscos para essas projeções”.
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No âmbito local, Costa cita também o risco fiscal, com um projeto de lei complementar que pretende fixar um teto de 17% para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre energia e combustíveis.
“Isso provavelmente vai trazer uma perda de arrecadação para estados e municípios de entre R$ 50 bilhões e R$ 70 bilhões”, aponta o economista. Segundo Costa, a depender do valor final da alíquota e os produtos que serão incluídos, a situação fiscal do Brasil pode ficar deteriorada.
“Se a perda na arrecadação for superior a 5%, o projeto terá uma cláusula na qual o Tesouro deverá fazer a compensação”, explica ele.
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Já no curto prazo, as taxas permaneceram estáveis, segundo Costa após a divulgação do IPCA-15 (prévia da inflação), o mercado já precificou de que o ciclo de alta deve seguir até agosto, com dois ajustes de 0,50%.
Dentro do Tesouro Direto, a maior alta era nas taxas do Tesouro Prefixado 2033, com juros semestrais. O título público oferecia um retorno anual de 12,52%, superior aos 12,35% vistos ontem.
Já o Tesouro Prefixado 2029 apresentava uma rentabilidade anual de 12,34%, acima dos 12,21% registrados na terça-feira (24). As taxas do Tesouro Prefixado 2025 operavam com estabilidade.
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Nos títulos atrelados à inflação, alguns títulos apresentavam alta nas taxas entre 4 e 7 pontos-base.
A maior alta era do Tesouro IPCA+ 2026, o título apresentava um retorno real de 5,58% às 15h22, superior aos 5,51% de ontem.
As taxas dos títulos com vencimento em 2035 e 2045 permaneciam estáveis.
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Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na tarde desta quarta-feira (25):
Ata do Fed
Os integrantes do Comitê de Política Monetária do Federal Reserve sinalizaram novos aumentos na taxa de juros básica em 0,5 ponto percentual nas próximas duas reuniões, de junho e julho, mostrou a ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), divulgada nesta quarta-feira (25).
“A maior parte dos participantes julgou que aumentos de 50 pontos base nos juros provavelmente seriam apropriados nas próximas reuniões”, afirmou o documento. Além disso, os membros do Comitê de Mercado Aberto indicaram que “uma postura restritiva da política monetária pode se tornar apropriada dependendo da evolução das perspectivas econômicas e dos riscos para essas projeções”.
Os integrantes do Fed destacaram a necessidade de subir os juros para combater a inflação, que eles passaram a ver como uma ameaça importante ao desempenho da economia e que corria o risco de subir mais sem a ação do banco central americano.
“Todos os participantes concordaram que a economia dos EUA estava muito forte, o mercado de trabalho estava extremamente apertado e a inflação estava muito alta”, destacou o documento, com riscos de uma inflação ainda mais inclinada “para o lado positivo” devido aos problemas de oferta global em curso, a guerra na Ucrânia e lockdowns contínuos por conta do coronavírus na China.
ICMS
O relator do projeto de lei complementar que estabelece um teto de 17% para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre energia elétrica e combustíveis, deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), incluiu em seu parecer preliminar um gatilho temporário que poderá ser acionado pelos Estados para que eles sejam compensados por eventual perda de arrecadação com o tributo.
Para facilitar a aprovação da proposta, principalmente no Senado, o relatório negociado pelos parlamentares prevê que a União compense os Estados quando a perda global de arrecadação com o ICMS for superior a 5%. Esse gatilho será temporário e deixará de valer depois de seis meses, em uma espécie de “período de transição”.
Os deputados apostam, contudo, que a perda de arrecadação com o limite para a alíquota do tributo será compensada pelo aumento do consumo que, por sua vez, seria resultado da redução na conta de luz e nos preços dos combustíveis.
A iniciativa de fixar um teto de 17% para o ICMS sobre energia elétrica e combustíveis faz parte de um “levante” do Congresso contra aumentos de preços e tem o apoio do governo, num momento em que o efeito da alta da inflação pode atrapalhar as chances de reeleição do presidente da República, Jair Bolsonaro, e preocupa o comitê de campanha do chefe do Executivo.
IPCA-15 e Selic
A subida acima do esperado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) de maio não deve dar folga para o Banco Central, na visão de especialistas. O indicador foi divulgado na véspera (24).
Para Mario Schalch, gestor de multimercado da Neo Investimentos, a autoridade monetária corre um risco maior se quiser insistir na ideia de só elevar a Selic em 0,5 ponto percentual na reunião de junho e encerrar o ciclo de alta por aí.
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Em entrevista ao InfoMoney, o especialista disse que a alta de preços demonstrada no IPCA-15 de maio – que avançou 0,59% na comparação mensal – mostrou-se novamente bastante disseminada.
O gestor acredita que as chances de haver um ajuste nos juros depois de junho aumentaram.
“Há uma sequência de números surpreendendo para cima. Provavelmente, o BC vai seguir aumentando os juros e sinalizar que os próximos passos vão depender de indicadores”, avalia, dizendo que a instituição deve deixar a porta aberta na reunião de junho para ter opções.
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